Sem números referentes à população de cachorros e gatos, o ABC tem realizado ações voltadas às causas animais, mas a inexistência de estatísticas pode desencadear problemas, como a falta de controle de doenças, vacinação e até mesmo de violência contra os animais.
O alerta é do veterinário Felipe Murta, diretor da Quiron Clínica, em Ribeirão Pires, única cidade a ter o registro dos chamados “cães comunitários”, que são responsabilidade de tutores para vacinas, mas cuidados pela comunidade em geral, com alimentos e moradia. Ribeirão conta com 430 animais nesta condição.
Murta afirma que vê um aumento significativo desses cães comunitários, mas falta muita conscientização. Diz que as políticas públicas têm de enfatizar no controle desses animais, o que é muito carente na região.”Não temos campanha de castração fixa, é esporádica. Pelo numero de animais a gente precisa ter essas políticas e campanhas, para evitar o abandono desses animais, que reproduzem e são abandonados”, explica.
Em relação ao mapeamento dos animais, Murta enfatiza que a ação é de extrema importância para as cidades e funcionaria como forma de vigilância, semelhante ao de casos de dengue, por exemplo. Desta forma, diz, é possível fazer as correções e punições, pois as prefeituras deveriam ter um programa de bem-estar animal, ao ensinar desde a escola fundamental e intensificar essas atividades. “Não é simplesmente ir lá e fazer a castração, é importante orientar para mostrar o que ocorre com os animais”, comenta.
Caso Estopinha
Os casos de maus tratos chamaram atenção na região após episódio do cão comunitário Estopinha, ainda em Ribeirão, onde foi encontrado com ferimentos nos olhos e corpo, em um terreno baldio ao lado de um supermercado. “Com essa tragédia, acho que é uma forma de as pessoas reconhecerem a necessidade do programa de proteção animal, as protetoras precisam cobrar atitude do governo para diminuir a ocorrência de abandono e violência no ABC”, afirma.
Em São Caetano, a Prefeitura informa que orienta sobre a posse responsável dos animais, realiza a castração de cães e gatos e conta com bebedouros em todas as praças que tem o espaço pet. Assim como Ribeirão Pires, que realiza trabalho de educação com os alunos do ensino fundamental e incentiva a confecção de dispositivos para a alimentação dos animais de rua.
Também com ações de conscientização, São Bernardo destaca o projeto EnTENDA os Bichos, com objetivo de evitar o abandono dos pets. Santo André não conta com comedouros e bebedouros públicos, mas tem o projeto Moeda Pet, que possibilita a troca de garrafas Pet por rações de cães e gatos. Em Diadema, são feitas ações educativas e de orientação sobre o que é a posse responsável e o abandono de animais nas redes sociais.
Feiras de adoção
Quem pretende adorar cães ou gatos encontra página no site da Prefeitura de São Bernardo (www.saobernardo.sp.gov.br/web/sbc/adocao), que conta com fotos de todos os animais e agendamento para visita no CCZ (Centro de Controle de Zoonoses). Todos os animais são vacinados e castrados e os adotantes passam por entrevista, apresentam documentos e recebem orientações sobre o pet.
Santo André oferece no site a página www3.santoandre.sp.gov.br/gcz com informações sobre as feiras de adoção, castração e guarda responsável. São Caetano e Diadema não tem previsão para o retorno das feiras.