Comércio está otimista e, ao mesmo tempo, cauteloso para o Dia das Mães

Com previsão de crescimento tímida, dirigente da Aciam prefere comparação com o ano de 2019. (Foto: Pedro Diogo)

Após mais de 40 dias fechado, comércio adota tom otimista e se prepara para o Dia das Mães, a segunda melhor data para as vendas no ano. Para os dirigentes de associações, qualquer crescimento acima de 10% já é considerado uma grande vitória para o setor, que teve o pior Dia das Mães no ano passado, com queda de 41% nas vendas, segundo a consultoria Boa Vista.

Em 2020, as lojas estavam fechadas no período em que a pandemia avançava. Este ano o comércio já está de portas abertas há uma semana sendo que bares e restaurantes, além de academias, cinemas e teatros abriram neste sábado (24/04) com público e horários reduzidos. Shoppings também estão autorizados a funcionar com limitação da capacidade.

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“O ano passado foi horrível em todos os sentidos, o clima era de muita incerteza sobre a doença, as pessoas estavam amedrontadas e o comércio em geral não tinha se preparado para atuar no e-commerce como está agora”, comenta o presidente da Acisbec (Associação Comercial e Industrial de São Bernardo) Valter Moura. “Este ano pelo menos temos as portas abertas e os comércios estão aptos para receber os consumidores”, completa.

Moura analisa duas tendências que devem ocorrer neste Dia das Mães, uma é a continuidade do temor do consumidor para sair às compras somado à incerteza da economia. “Isso deve conter um pouco as vendas, mesmo quem tem dinheiro vai segurar um pouco”, prevê. De outro lado há uma demanda reprimida de quem não comprou presente no ano passado e não vai querer fazer o mesmo agora. “Essa demanda reprimida pode fazer subir um pouco o tíquete de alguns consumidores, por isso eu acredito que numa estimativa pé no chão qualquer crescimento já estaria ótimo, acredito que podemos chegar a 15% sobre o ano passado”.

O presidente da Aciam (Associação Comercial e Industrial de Mauá), José Eduardo Zago, prefere não fazer comparativo com o ano passado. Para Zago, o desempenho daquele ano foi tão ruim por conta da pandemia que é um ponto fora da curva; ele prefere comparar com as vendas de 2019. “Esse momento de reabertura traz a possibilidade de crescimento, de sobrevida para o comércio que sofreu tanto. O comércio é seguro para o consumidor, muito mais do que o transporte público lotado”, diz o dirigente que é crítico ácido das medidas de restrição ao funcionamento do comércio impostas pelo governo paulista.

Ao comparar esse período com o de dois anos atrás, Zago estima que o comércio deve crescer 10%. Mas não prevê tíquetes elevados. “As pessoas estão sem dinheiro, mas o comércio de Mauá é muito bom, diversificado e com muitos produtos bons a preços populares, por isso acredito que o crescimento é possível”, avalia.

Moura e Zago concordam que o comércio eletrônico terá um crescimento ainda mais evidente que o registrado até agora. “As vendas pela internet e também pelos aplicativos vão ser muito fortes, como nunca aconteceu”, aposta o representante das empresas de Mauá. “As vendas físicas, aquelas presenciais na loja, vão continuar importantes, mas o on-line continuará aumentando a sua participação paulatinamente”, diz o dirigente da Acisbec. Eletrônicos, roupas, calçados e flores são citados como os tradicionais carros-chefe da data.

Apesar do Dia das Mães ser comemorado em duas semanas (dia 9 de maio) ainda não há pesquisas sobre a previsão de vendas na região. A PIC (Pesquisa de Intenção de Compra), realizada pela Universidade Metodista, está elaboração e deve ser divulgada esta semana. A ACSP (Associação Comercial de São Paulo) fez uma pesquisa em dois níveis, nacional e estadual, sobre a data, mas não divulgou projeção de crescimento, mostra apenas o perfil do consumo.

Segundo o levantamento, 58,6% dos brasileiros pretendem comprar presentes para as mães. Os resultados da pesquisa obtidos no Estado de São Paulo mostram que vestuário, calçados e adereços também aparecem como um dos principais itens, com 61,1% das preferências, juntamente com perfumes, cosméticos, joias e bijuterias, que alcançam, somados, 76,8% das intenções de compras. Móveis e eletrodomésticos são a escolha de 34,3% dos paulistas pesquisados e itens digitais como celulares, computadores e notebooks aparecem com 17,4% das intenções de compra.  A pesquisa foi encomendada pela Associação Comercial de São Paulo junto à Behup. No Estado foram ouvidas 857 pessoas na Capital, região metropolitana, interior e litoral.

Shoppings

Se o comércio de rua está dispostos a arregaçar as mangas para aproveitar o momento e recuperar parte dos prejuízos, os shoppings potencializam esse sentimento com campanhas. Embora não tenham feito previsões, os administradores de shoppings ouvidos pelo RD estão igualmente otimistas.

“Desde a reabertura, no último domingo, sentimos uma retomada gradativa no fluxo de clientes. Nesta fase 2, na qual restaurantes, academia, cinema e operações de lazer também reabrem, deve aumentar ainda mais este número”, estima a gerente de marketing do Shopping ABC, Flávia Tegão. O centro de compras está comemorando 25 anos e recebeu novas lojas. “Nosso público está bastante receptivo com as novas operações está de olho nas oportunidades de compras para o Dia das Mães. Apostamos também na promoção com a mecânica ‘Compre e Ganhe’, que vai presentear 15 mil clientes”, afirma a gerente do shopping andreense.

O gerente de marketing do Shopping Praça da Moça, em Diadema, Daniel Lima, também demonstra otimismo com a reabertura. “A retomada está sendo gradual. Estamos com limite de horário e capacidade de ocupação em 25% e seguindo todos os protocolos contra a covid-19 para que o cliente possa vir com segurança”, relata. Mas, para garantir as vendas a quem ainda não se sente seguro para bater perna atrás de ofertas, as vendas online estão mantidas com as opções de delivery e retirada por drive-thru. Lima disse que o Praça está preparando a promoção para o Dia das Mães e já pensa também no Dia dos Namorados.

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