O Governo do Estado, a partir do Instituto Adolfo Lutz, apresentou nesta quarta-feira (28/4) o estudo que identificou a presença da variante P.1, chamada como “Cepa de Manaus”, em 90% das 1.439 sequências genéticas analisadas. No ABC foram confirmados 14 casos em cinco municípios. Neste estudo as exceções foram Ribeirão Pires e São Caetano.
O levantamento feito durante os três primeiros meses deste ano apontou três sequências genéticas em Diadema, quatro em Mauá, um em Rio Grande da Serra, um em Santo André e cinco em São Bernardo. Além disso, demonstrou a predominância da variante em relação aos casos confirmados na maioria das regiões, com exceção de São José do Rio Preto e de Presidente Prudente.
“O aumento dos casos, internações e óbitos que identificamos especialmente no primeiro trimestre deste ano pode estar relacionado à maior circulação desta variante de atenção. Nossas equipes seguem analisando em múltiplas frentes este vírus, contribuindo com a Ciência e com as ações de combate à Covid-19”, explicou a coordenadora de Controle de Doenças, Regiane de Paula.
“O sequenciamento genético não deve ser confundido com diagnóstico de Covid-19, até porque não se trata de uma análise individualizada do paciente. Ele também não muda as orientações e hábitos de prevenção, nem mesmo a assistência médica, que considera sempre o quadro clínico do paciente. Identificar as novas linhagens de um vírus é um instrumento epidemiológico que contribui para ações de saúde pública ao permitir que identifiquemos como o vírus se comporta no espaço e no tempo”, diz Adriano Abbub, diretor do Centro de Respostas Rápidas do Instituto Adolfo Lutz.
Comprovação já existia na região
Não é a primeira vez que um levantamento aponta a presença da cepa brasileira na região. Em março a USCS (Universidade Municipal de São Caetano) também anunciou 10 casos de Covid-19 na região que tinham características da P.1.
O infectologista e docente, Fabio Leal, revelou ao RDtv em 4 de março que de 30 amostras analisadas pelo Instituto de Medicina Tropical de São Paulo, 10 apontavam a presença da variante e na época o especialista alertava sobre a possibilidade de presença da cepa nos demais municípios da região.
“A variante já está circulando em várias regiões do país e infelizmente na nossa vigilância hegemônica, como chamamos a genotipagem e o sequenciamento das amostras, ainda é muito falho no Brasil e é difícil determinas quais são as regiões com que mais frequência está acontecendo isso”, explicou à época.
(Informações: Governo do Estado de São Paulo)