Segunda data mais aguardada pelo comércio, o Dia das Mães deste ano terá um consumo abaixo do que foi o de 2020, primeiro em meio a pandemia do Covid-19. Esse é o atendimento de Alessandro Leone, presidente da Aciscs (Associação Comercial e Industrial de São Caetano do Sul) e convidado do RD Momento Econômico desta quarta-feira (28/4). O empresário falou sobre o cenário vivido pelo empresariado e os empreendedores em meio a crise sanitária e o que a entidade em que comanda tenta fazer para conseguir ajudar os associados e não-associados.
Segundo Leone o ticket médio de compras de presentes para as mães no ano passado girou entre R$ 100 e R$ 150, cenário que considera que não será repetido neste ano. A Confederação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) aponta que a queda em 2020 foi de 59,2% do faturamento ou 41% no volume de vendas para esta data.
“Essa instabilidade e essa falta de planejamento acaba criando uma instabilidade. Estamos falando do Dia das Mães, então eu pergunto: qual loja comprou e fez estoque pensando nesta data? Poucas, porque não fazia parte do planejamento”, explicou.
No caso de São Paulo, o principal problema é sobre o que ocorrerá após 9 de maio, essa data é a última da chamada fase de transição do Plano São Paulo que permitirá a abertura do comércio entre às 6h e às 20h, algo que na visão de Leone acaba gerando um benefício para os shoppings, mas que não beneficia outros setores que também reabriram como bares e restaurantes, estes que costumam ter a maior parte da sua clientela em um horário mais tarde, mas que não será permitido por causa do toque de recolher.
No caso da Associação de São Caetano a estratégia é aumentar a campanha de compra no comércio de bairro, assim ajudando os pequenos e médios empresários, algo relatado desde o início da pandemia. Além disso, para maio, a entidade realizará eventos virtuais para a área dos artesãos e de eventos para ajudar esses dois setores que mais sofreram durante essa crise.
Medida Provisória
Alessandro Leone também reclamou sobre a demora do Governo Federal em reeditar a Medida Provisória que permite a redução de salário e jornada de trabalho. Apesar do sucesso obtido no ano passado que salvou 10 milhões de empregos, com o espaçamento de quatro meses sem este mecanismo, o empresário considera que não haverá tanta eficácia, principalmente levando em conta o fechamento de vários estabelecimentos ao longo dos últimos 14 meses.
Leone considera que o Governo Federal deveria se preocupar com a abertura de crédito e o Governo Estadual com o bom senso na realização da abertura ou fechamento do comércio. Outro ponto é no Município em que aguarda medidas que possam facilitar o pagamento de impostos, taxas e dívidas.