Biomédica adverte sobre o perigo do descarte incorreto de máscaras

Descarte incorreto da máscara pode levar a mais casos de covid-19: Alex Pazuello/Semcom

Os cuidados para evitar contaminações pela covid-19 vão além do uso da máscara, álcool em gel e distanciamento. O descarte incorreto de máscaras e luvas pode levar a novos casos da doença, além de contribuir para a poluição do meio ambiente. 

Patricia Montanheiro, biomédica e professora da USCS (Universidade de São Caetano do Sul), ensina que a máscara de tecido, deve ser retirada pelo elástico, precisa ser colocada em solução, como um hipoclorito, e mantida por cerca de 15 minutos, para depois ser lavada.

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No caso da máscara descartável, se a pessoa trabalha no hospital, a máscara usada no ambiente não deve sair do local, mas descartada em lixo hospitalar, devido ao grande contato com as partículas do vírus. Quem precisou ir ao hospital, se possível, deve trocar por  outra máscara antes de sair do local. Em casa, quem chegou da rua, a recomendação é descartar a máscara, num saco plástico fechado, na lixeira. Quanto às luvas, a recomendação é a mesma. “Além de brecar a contaminação, essas ações ajudam a evitar no surgimento de cepas mais resistentes”, diz.

A biomédica afirma que o descarte errado destes equipamentos de proteção indivudual (EPIs) também causa prejuízos para o meio ambiente. “Máscaras estão sendo encontradas na água, em praias e no mar. Isso auxilia na disseminação do vírus e, com a contaminação da água, um problema maior é gerado pois será necessário realizar a descontaminação dessas águas. Já há relatos de que a água do esgoto está completamente contaminada pelo coronavírus”, alerta. 

Logística reversa

Exemplo de quem acaba de investir no descarte responsável de máscaras e outros materiais usados para a proteção contra a covid-19 é o Grupo Carrefour Brasil. Em parceria com a BR+10, a rede copiou a matriz francesa e desde agosto de 2020 oferece ao consumidor seis postos de coleta em quatro unidades da Capital (Pinheiros, Anália Franco, Butantã e Pamplona), Osasco e São Caetano. De lá, os produtos são enviados para serem transformados em lajotas plásticas ao invés de produzir mais lixo. Agora, o Carrefour e BR+10 buscam parcerias com indústrias para ampliar o programa para outras lojas da rede varejistas.

Segundo Marie Tarrisse, gerente de Sustentabilidade, a iniciativa surgiu a partir do aumento expressivo no uso de EPIs (equipamentos de proteção individual) descartáveis. “As máscaras e os EPIs utilizados como alternativa para conter a transmissão do coronavírus resultaram em um impacto negativo no meio ambiente, com o descarte incorreto desses materiais, que incluem máscaras (lenços, bandanas, lã, cirúrgicas, sintéticas, entre outras), luvas (plásticas, látex, tecido etc.) e panos utilizados para higienização em geral”, conta.

Contatadas, as prefeituras do ABC fazem uma atuação quase invisível, na internet, para orientar a população sobre o descarte correto das máscaras, que se tornaram item obrigatório na pandemia. 

(Colaborou Gustavo Lima)

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