A eficácia da vacina contra a covid-19 depende das duas doses tomadas, de acordo com o intervalo de tempo determinado pelas fabricantes. Mas, deixar de lado 2ª aplicação pode comprometer a eficácia do imunizante, que segundo Luiz Almeida, microbiologista do Instituto Questão de Ciência, serve como um reforço para a primeira dose e, mesmo que o intervalo já tenha passado do recomendado, é essencial receber a proteção.
O atraso da vacinação, segundo Almeida, pode ocorrer tanto pela falta do imunizante em alguma cidade, como por pessoas que deixam de ir na data correta. “Não temos uma resposta certa de quanto tempo pode demorar, mas as pessoas não precisam ficar preocupadas achando que a vacina estragou ou não fará mais efeito”, explica.
Mesmo com as vacinas testadas, as fabricantes avaliaram o intervalo de formas diferentes, pois segundo o especialista, não havia expectativa de realizar o estudo com um período maior entre as doses. “A CoronaVac testou com até 28 dias de diferença entre as doses, já a da AstraZeneca avaliou em poucas semanas e até 3 meses de intervalo”.
O microbiologista ainda informou que os anticorpos contra a covid são reforçados somente quando as pessoas recebem as duas doses da vacina, mas mesmo que mais familiares ou amigos tenham sido vacinados, é necessário continuar com as medidas de prevenção e evitar aglomerações, uma vez que a imunização só será eficaz se acontecer de forma coletiva.
“Ainda temos que ficar preocupados, porque a gente não pode pensar a vacinação como um bem pessoal, é um bem coletivo”, defende. “Duas pessoas estando imunes é bom evitar tanto contato, ainda mais com mais familiares que não estejam vacinados”, salienta ao lembrar que, com a imunização de rebanho, o índice de infectados tende a diminuir.
3ª onda de casos
Com a diminuição de casos em todo o Estado e reabertura de diversos setores, Almeida se diz preocupado com a situação do “abre e fecha”, conforme ocorre mais ou menos casos, já que isso gera falsa esperança de que o vírus está indo embora, mas as mortes seguem mais altas do que em outros momentos quando os comércios estavam fechados.
“A gente tem que aprender a viver com esse vírus. Precisamos entender que isso de ficar abrindo e fechando toda hora dá um suspiro para o vírus. Toda essa dinâmica é imprevisível, por isso que na minha opinião, só a vacina que vai solucionar”, completa.