Para muitas famílias, o Dia das Mães deste ano (9 de maio) é mais especial, com abraços, amor e muita celebração à vida. Isso porque, apesar do momento de cuidado e de isolamento social, algumas mães que enfrentaram a luta contra a covid-19, podem, enfim, passar a data junto com à família e filhos, longe de hospitais, aparelhos respiratórios, leitos e máscaras de ar.
Caso da andreense Cristiane Rodrigues, que espera como presente, neste domingo (9), celebrar a data junto à mãe, Regina, e o filho Giovani, de 18 anos. Cristiane foi internada dia 23 de março, no Hospital de Campanha Pedro Dell’Antonia, em Santo André, onde passou 13 dias em tratamento, com covid-19. “Tive os primeiros sintomas uma semana antes de ser internada, quando comecei a tomar a medicação. Certo dia, comecei a sentir falta de ar durante o banho, e quando fui buscar ajuda, descobri que tanto eu como meu filho estávamos com o pulmão comprometido, eu com 50% e ele com 25%”, conta.
Apesar dos cuidados antecipados, Cristiane diz que apresentou piora no quadro clínico, o que fez com que ela fosse encaminhada para a semi-UTI (unidade de terapia intensiva) do hospital, e redobrasse a preocupação quanto ao estado de saúde do filho, deficiente auditivo. “Desde o princípio ele ficou ao meu lado, em um leito. Mesmo quando fui para a semi-uti, pedi que o levassem, porque apesar da máscara mantínhamos o contato por meio de libras, e era a única comunicação que ele conseguia ter no local”, explica.
Com a recente alta médica, Cristiane conta que o maior presente é voltar para a casa e aproveitar a família. “Hoje vejo que poderia ter ido e não ter voltado mais, assim como meu filho. A vida é um sopro, e esse Dia das Mães me mostra o quão importante é aproveitarmos cada instante do que temos”, diz.
A aposentada Márcia Helmer Bolzan também foi diagnosticada com a doença recentemente, dia 24 de abril. Conta que ficou cinco dias internada no Hospital de Campanha Pedro Dell’Antonia e por mais que o comprometimento do pulmão tenha ficado abaixo dos 25% e não tenha necessitado de UTI e nem oxigênio, ganhou nova oportunidade de vida. “Vejo como uma nova oportunidade de olhar pra mim, pra minha saúde e para minha família. Deus proporcionou uma cura que muitos não tiveram, e precisamos valorizá-la”, diz.
Márcia conta que, no período em que esteve internada, deixou a filha Giovanna, de 17 anos, em casa, e foi a pessoa que mais pensava no período de internação. “Minha filha mora comigo, então foi muito difícil deixá-la para ficar no hospital. Tive medo dela também manifestar a doença ou da minha agravar e eu não poder cuidar dela. Mas sempre tive fé no coração e sabia que voltaria para a casa”, relata, ao lembrar que neste Dia das Mães, valorizará ainda mais a família e a importância de ter os amigos a sua volta.
Danielle Máximo, também moradora de Santo André, deu entrada no Pedro Dell’Antonia com 50% do pulmão comprometido e com muita falta de ar. Conta que ela e seu filho Dominique, de apenas 2 anos de idade, tiveram a doença. “Comecei com sintomas parecidos ao de uma sinusite, isso por volta do dia 9 de abril do ano passado. No dia 12 comecei a ter tosse com falta de ar, me passaram medicamentos no pronto-socorro. No dia 19, quanto tive piora, fui para o hospital e fui internada”, lembra.
O pequeno Dominique ficou aos cuidados do pai, enquanto Danielle esteve internada com oxigênio a nível máximo para tratar a covid-19. “Quando senti que estava um pouco melhor, pedi para que o médico me tirasse do oxigênio. Nesse meio tempo estávamos aguardando o resultado do exame Swab (do cotonete), que saiu no dia 24 e acusou resultado negativo. Como eu estava melhor, tive alta no dia 24, mas fiquei muito mal”, conta.
Durante o período em que esteve internada, Danielle diz ter recebido cartas do marido e desenhos do filho, que impulsionaram sua melhora. “Aquilo fez com que eu tivesse ainda mais vontade de melhorar. Eu lembrava da minha mãe dizendo ‘se cuida pra melhorar logo’, e me ajudava a ficar melhor e amenizar, inclusive, minha ansiedade”, lembra.
Especialmente para este Dia das Mães, Danielle conta que irá lembrar de agradecer e de celebrar não só o dia, mas todos os momentos por estar com saúde e com sua família. “Aprendemos com tudo isso que celebrar está em todos os momentos, aliás, nunca sabemos se estaremos aqui amanhã ou não”, diz.