A informação sobre o risco que corre a UFABC (Universidade Federal do ABC) chamou a atenção sobre o estado das universidades em meio a pandemia que dura 15 meses. O aumento do desemprego é um dos fatores que poderiam trazer um cenário de caos, mas não é bem assim que é visto pelas instituições procuradas pela reportagem e que buscam novidades para conseguir não apenas manter os alunos, mas também atrair novos universitários.
O RD entrou em contato com 10 universidades, quatro responderam os questionamentos. Metodista, Fundação Santo André e Instituto Mauá de Tecnologia negaram que passam por problemas parecidos com a UFABC e que possam causar o fim de algum curso. São Judas relatou que não comenta sobre este tipo de questão. Todas abriram espaço para o vestibular do segundo semestre tanto para os cursos presenciais (que por enquanto seguem com aulas on-line) quanto o EAD (Ensino à Distância).
No caso da Metodista, o reitor Marcio Oliverio afirmou que a instituição pensa sim no aumento de cursos. Neste segundo semestre haverá o curso de Enfermagem como novidade. No caso da Fundação Santo André os investimentos planejados foram nos cursos de Engenharia, Arquitetura, Tecnologias, Psicologia, e Publicidade e Propaganda.
Em relação ao Instituto Mauá houve o desenvolvimento de novas tecnologias de ensino-aprendizagem, principalmente com as mudanças forçadas pela pandemia do Covid-19. A instituição flexibilizou o pagamento de parcelas de anuidade e houve um atendimento maior para os estudantes. Os demais investimentos foram mantidos. A Universidade São Judas relatou que manteve seu vestibular.
A Fundação Santo André ainda relatou que aumentou seu programa de bolsas tanto para os ingressantes quanto para quem pediu transferência, chegando em casos com descontos de 50%.
Em relação a inadimplência, a Mauá relatou que teve um pico de 20% no ano passado, mas que neste ano os patamares (não revelados) seguem os mesmos dos anos anteriores. Com exceção da São Judas que não falou sobre o assunto, as demais instituições que responderam sobre o assunto apenas relataram que houve sim o aumento da inadimplência, mas sem divulgar dados sobre o período comparativo de 2019 com 2020 e o primeiro quadrimestre deste ano com o do ano passado.
Questionados sobre o esperam do Poder Público como uma forma de facilitar a vida das universidades, ninguém relatou sobre questões financeiras. A principal ação pedida foi sobre uma flexibilização diferente para os cursos que necessitam de atividades práticas e laboratoriais.