Prefeitura de São Bernardo desfaz ação de moradores em Praça Geraldo Capitâneo

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Há cerca de 50 dias, moradores do bairro Santa Terezinha, em São Bernardo, têm se mobilizado para cuidar da Praça Geraldo Capitâneo. Liderados por Paula Farias, moradora de longa data do bairro, os vizinhos que se uniram após uma tentativa da Paróquia Santa Terezinha de transformar o local em um estacionamento, realizaram reformas e plantações no espaço para que pudessem usufruir do mesmo com mais qualidade. No entanto, após reportagem do RD, a Prefeitura foi até o local e pediu para que os munícipes desfizessem o trabalho.

Paula Faria conta que, na última segunda-feira (17), funcionários da Prefeitura foram até a praça para retirar o trabalho dos moradores. “Chegaram por volta de 9h com um caminhão de grama e me procuraram em casa para avisar o que aconteceria”, explica. A munícipe pediu para que os trabalhadores chamassem o responsável pelo planejamento de parques e jardins, que chegou acompanhado de dois policiais. Segundo ele, os moradores não poderiam ter realizado reformas e o espaço “deveria ser uma praça padrão”.

Após reforma, a praça passou a servir como uma terapia e uma lição de cidadania, nas palavras de Paula. Os vizinhos fizeram cercas de palete, realizaram plantações de árvores frutíferas, e o espaço se tornou um ambiente que agradava a todos, em especial, crianças e idosos que o frequentavam.

A moradora Rosemeire Lopes também se desapontou com a intervenção da Prefeitura. De acordo com ela, a única reforma feita pela mesma foi um ajuste na iluminação, mas após isso, o local que “poderia ter se tornado um exemplo de cuidado do próprio espaço de lazer”, foi largado novamente.

Apesar da proibição de reformarem o espaço por conta própria, os vizinhos se uniram mais uma vez para a criação de um vídeo, divulgado nas redes sociais, que visa alcançar outros moradores para que reflitam sobre o trabalho do grupo. “A Prefeitura até economizaria com isso, afinal os moradores estão cuidando, mas a própria impede isso, além de não cuidar do espaço”, lamente Rosemeire, que ainda aponta o acúmulo de lixo que voltou a acontecer na praça após a intervenção.

Questionada, a Prefeitura alega que as equipes do Departamento de Parques e Jardins constataram que a horta comunitária feita pelos moradores acarretou em limitações do equipamento e que não se opõe a intervenções realizadas por moradores, no entanto, todo projeto deve ser aprovado e autorizado pelo Departamento Técnico de Parques e Jardins.