O diagnóstico e acompanhamento ginecológico das mulheres para a prevenção de ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis) é essencial para coibir casos de HPV e eventualmente a descoberta de câncer do colo de útero, que segundo gestor geral do curso de Medicina da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), Sérgio Makabe, apesar da queda de atendimentos durante a pandemia, são mais de 17 mil diagnósticos por ano no Brasil.
No entanto, o HPV possui dois tipos, e Makabe informou em entrevista ao RDtv que nem todos os casos da doença evoluem para o tipo de câncer, mas o causador do de colo de útero é o HPV do tipo B – oncogênico, que pode causar corrimento e lesão, mas os sintomas não são característicos da doença, reforçando a necessidade de realizar exames ginecológicos. Já os casos do tipo A – não oncogênico, o diagnóstico é mais simples, pois há o nascimento de verrugas na região vulvar da mulher, e não há risco de câncer.
“O exame para diagnóstico é o papanicolau, então ao coletar, a mulher será examinada e se houver alguma infecção, já será identificado”, diz. A recomendação é que a mulher vá ao menos uma vez por ano no ginecologista e, após três resultados negativos de papanicolau, não é necessário que a mulher colha todo ano. “Pode ser a cada três anos, mas é óbvio que se durante esse período a mulher tiver contato ou algum sintoma de HPV, ela deve buscar um ginecologista”, diz.
O médico ainda ressalta que apesar dos casos serem altos, muitas mulheres podem ter a doença, mas o corpo realiza o trabalho de eliminar do organismo. “Inicialmente quando a mulher tem contato com o HPV, há uma infecção transitória. A mulher contrai e o próprio organismo elimina. Somente em uma pequena porcentagem, de 10% a 15% dessas infeções, se tornam persistentes e então podem se tornar um câncer de colo”, explica.
A doença é transmitida por relações sexuais, de acordo com o gestor geral, e as mulheres devem tratar o HPV como qualquer outra IST, que, ao contrário de outras doenças, tem cura e tratamento. “Não se pega por banco de ônibus, vaso sanitário ou toalha, a pessoa tem que considerar o HPV como qualquer outra infecção sexualmente transmissível e ter cuidado nas relações com os parceiros, realizar o uso de preservativo, essa é a forma mais eficaz”.
Para o tratamento da doença, a mulher realiza o uso de medicamentos antivirais, além dos tratamentos e medicações para o caso do tipo A para as verrugas. Já nos casos do tipo B, Makabe informa que muitas vezes pode ocorrer alteração no tecido que antecede ao câncer, mas que existe cirurgia que retira a lesão e evita que a doença evolua.