O momento é de descarrego em massa […] de dor latente e de separação de entes queridos. Essas foram as primeiras palavras do médium de Mauá, Henrique Bottaro, ao falar sobre a pandemia da covid-19, do ponto de vista na doutrina espírita, em entrevista ao RDtv. Para o psicógrafo, o processo de desencarnação daqueles que morreram para a doença pede fé e, principalmente, paciência dos que ainda estão na Terra para que, somente após o período turbulento, busquem respostas sobre aqueles que se foram.
Segundo Bottaro, a primeira lição que se aprende ao desencarnar para o plano espiritual, é ter paciência e entender o que fez com que o espírito chegasse até ali. “Se eles têm que ter essa paciência, temos que ter por aqui também. Temos que ser responsáveis com nossa saúde e não buscarmos desesperadamente por respostas, via psicografia, ou com aglomerações em meio a pandemia”, explica ao citar que neste período, os médiuns não têm feito atendimento nos centros espíritas, devido à massa de descarrego.
Para o médium, além da psicografia, outros meios de comunicação também possibilitam o contato do ser humano ao desencarnado, a exemplo dos sonhos e pedidos para que os espíritos visitem o “nosso lar”, conhecido também como a própria casa do pedinte. “Se existir fé, é possível fazer com que esse contato aconteça. Mas é preciso ser sincero com seus próprios sentimentos, então é possível irmos até eles através de sonhos ou eles até nós”, explica.
Outro meio, sugerido por Bottaro, é se aprofundar da psicografia inversa, e escrever uma carta para o ente querido que desencarnou. “Poucos sabem, mas é possível escrever uma carta a próprio punho para o ente querido e fazer com que ela chegue até o espírito que desencarnou”, diz. De acordo com o médium, os mentores que auxiliam estes inúmeros espíritos fazem o trabalho de encaminhar essas cartas, do corpo físico, até os desencarnados. “Funciona como uma espécie de ‘xerox’ da mensagem para levar até os desencarnados os sentimentos da pessoa e a mensagem que ela quer entregar”, explica.
Neste contexto, o médium explica que é possível transformar em mensagem aquilo que gostaria de ter dito ao ente desencarnado, desde que seja sincero. “É possível reconhecer os equívocos provocados em vida, falar da saudade, pedir perdão, conversar, escrever o que for, desde que seja de coração e que a pessoa acredite naquilo que está escrevendo. Ter em mente a pessoa ao qual quer entregar o recado também é ponto essencial no processo”, afirma.
Ainda de acordo com o médium, no período de pandemia, é comum ver ofertas nas redes sociais de ‘psicografias à distância, um serviço que segundo o psicógrafo, é falso. “Psicografia à distância não existe, é fraude, não acreditem nesse serviço”, afirma. “Nenhum médium consegue encarnar um espírito à distância sem o contato presencial. Pode até vir um espírito tentando ludibriar um um médium que tenta passar informações com uma carta ‘mamão com açúcar’, mas não são reais”, alerta.
Bottaro aconselha as famílias que perderam um ente querido a fazer um ritual de passagem, uma prece, que orem por todos que estão passando por essa situação. Orar para os que foram para outro plano espiritual, pedir proteção aos guias/anjos da guarda e manter a fé, são as orientações para os períodos de turbulência e descarrego.