A previsão do governo do Estado é entregar em 20 meses o conjunto habitacional que será construído especificamente para abrigar as 102 famílias que ficaram sem suas casas quando o edifício Di Thiene, em São Caetano, ficou inabitável após uma laje do prédio desabar há exatos dois anos. O secretário executivo de Habitação, Fernando Marangoni, garantiu durante entrevista ao RDTv desta quarta-feira (09/06) que há recurso garantido para a obra e que a demora se deu por trâmites burocráticos que ficaram mais difíceis de serem resolvidos durante a pandemia.
Desde que o prédio foi condenado e demolido as famílias passaram a receber um auxílio-aluguel pago pela prefeitura, mas o prazo de pagamento de 18 meses terminou em janeiro e parte dos moradores se revoltou com a falta do recurso e com um projeto de construção de apartamentos que nem foi realizado ainda. Em maio um grupo invadiu o terreno onde ficava o prédio, depois ocupou a sede do CRAS (Centro de Referência e Atenção Social) do bairro Fundação e de lá os manifestantes saíram no sábado (05/06) com a promessa de serem abrigados no CRE (Centro Recreativo Esportivo) do mesmo bairro, mas houve confusão sobre o número de atendimentos e houve ocupação do prédio por um número maior de famílias.
Segundo Marangoni não houve paralisação das medidas para atender a demanda de moradia, mas dificuldades que acabaram agravadas com a pandemia. “O Estado solicitou que a prefeitura disponibilizasse áreas, fizemos os estudos de viabilidade das duas áreas que foram apresentadas e a prefeitura optou para utilizar o terreno da avenida dos Estados, contíguo a empreendimento que já é da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano). Iniciamos os trâmites para a regularização da área, que tem diversas matrículas, muitas em mãos da prefeitura, e tem uma pendência com uma matrícula da Enel. Nós temos uma reunião agendada para o dia 14 com a Enel e a prefeitura para ver se finalizamos esse processo de doação para a prefeitura e então iniciar o convênio, projeto e obra. O recurso está disponível no cofre do estado”, disse o secretário executivo de Habitação que também deve participar de uma audiência pública marcada para o próximo dia 26, na Câmara de São Caetano, que irá tratar deste tema.
Para Marangoni muito desta demora para o início das obras se deu por conta da pandemia. “Tivemos pandemia nesse período, fecharam-se os cartórios, empresas e pessoas em home office, eu acho que muito desses dois anos, se deu por conta da pandemia, mas em nenhum momento, nem estado, nem a prefeitura, pararam de trabalhar nesse processo. Não fosse (a pandemia) eu creio que estaríamos por entregar a obra”, disse. O secretário executivo disse ainda que o processo da CDHU é mais simplificado que o financiamento pela Caixa Econômica Federal. “Esse empreendimento é para demanda fechada só para atender o Di Thiene. Se fosse pela a Caixa Federal muitas das famílias não seriam aprovadas. As famílias podem ficar tranquilas, projeto não acabou é só a questão burocrática que a pandemia atrapalhou. A obra é para 15 a 18 meses e temos mais 45 dias de projeto. Estamos falando entre assinatura do convênio e a entrega entre 18 a 20 meses” explicou.
O Estado vai investir cerca de R$ 16 milhões na obra e os mutuários vão pagar prestações mensais calculadas de acordo com a renda familiar com comprometimento máximo de 20% da renda com juro zero. “Ao longo de 30 anos vai ver que não pagou nem metade do apartamento, o resto vira subsídio, o estado banca. Não gera saldo devedor ao final. É um dos endividamentos mais baixos do mercado”, detalha o secretário.
Eleições
Marangoni é filiado ao DEM e muito próximo do vice-governador Rodrigo Garcia, que deixou a sigla migrando para o PSDB. O secretário é cotado para ser candidato a deputado federal no próximo ano inclusive citado pelo prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB), para uma dobradinha com Ana Carolina Serra que sairia para estadual. O secretário executivo de Habitação que já foi titular na mesma pasta no governo Serra, disse que não tem pressa para se definir e que não sabe se fica no DEM ou se vira tucano.
“Eu encaro essa mudança do Rodrigo Garcia para o PSDB de forma natural, não é um gesto de desunião do DEM, mas uma pacificação desse processo”, disse. Ao ser perguntado se fica no partido, Marangoni não crava, mas também não nega e diz estar preparado para que Santo André tenha representantes nos legislativos do Estado e federal. “Não estou preocupado com essa discussão neste ano. Ano que vem a situação vai estar mais definida e a gente vai ter mais clareza para definir esse processo. Sobre disputar para deputado federal é muito cedo, agora tem que trabalhar. Eu fico muito feliz com a candidatura da Carol, eu sempre defendi que Santo André precisa dos seus deputados, pois com 570 mil eleitores não temos a representatividade na Assembleia Legislativa e na Câmara Federal. Fico lisonjeado pelo meu nome ter sido citado e eu tenho toda a disposição de representar Santo André e a nossa região, seria uma honra ter essa eleição ao lado da Carol”, concluiu.