Apesar dos estudos clínicos das vacinas ainda não permitirem a aplicação em menores de idade no Brasil, a resposta imunológica dos pequenos na presença do vírus tem sido questionada, mas ainda de forma positiva em muitos dos casos, que tendem a ser assintomáticos, de acordo com Carlos João Schaffhausser Filho, pediatra e gestor adjunto do curso de Medicina da USCS (Universidade de São Caetano), que falou sobre o assunto em entrevista ao RDtv.
No entanto, não há comprovações de que as crianças sejam menos afetadas pelo vírus, visto diversos casos graves em menores de idade. “Isso é uma dúvida até para nós, há segmento que diz que o sistema imunológico da criança tem uma capacidade melhor de gerenciar e estar mais atento aos invasores, mas o sistema imunológico está em formação, e também há que os estudos demonstram e que para a replicação viral e necessidades dentro do corpo humano através de algumas enzimas, as crianças tem menos dessas enzimas então o processo é menos destrutivo”, explica Schaffhausser.
Segundo o pediatra, a transmissão do vírus entre as crianças ainda apresenta menor capacidade, já que por muitas não apresentarem sintomas e por isso deixam de ter maior presença do vírus na região do corpo que gera as gotículas de saliva, desta forma evitando a contaminação de outras pessoas, mas isso é diferente entre as idades e quanto mais velha a criança fica ela tem maior participação na transmissibilidade da covid.
Neste período de retomada das aulas presenciais, o pediatra salienta que as crianças com quadros gripais ou infecciosos devem ser encaminhadas para um profissional da saúde avaliar o quadro. “Não pode mandar o filho para a escola pensando que é só um resfriado ou rinite, isso acaba sendo um ponto de transmissão. Pode ser que seja apenas uma rinite, têm pais que trabalham e a escola é uma forma de acolher as crianças, mas a gente precisa ter respeito próprio e para todo mundo que está lá”, diz.
A saúde mental das crianças que estão em isolamento social também preocupa o especialista, que comenta sobre a necessidade dos pequenos em ter contato com pessoas da mesma idade, para uma melhor formação. “Não falamos só na saúde mental a nível de depressão e ansiedade, vamos pensar na saúde mental como desenvolvimento do sistema nervoso central, a mente toda e a cognição. A criança aprende a escrever numa faixa etária, se eu atrasar isso a criança pode ter repercussão negativa para isso”, completa.