É comum que com o isolamento social, uma parcela da população adote dietas irregulares, priorize alimentos industrializados e deixe para trás os exercícios físicos. No entanto, essas medidas podem interferir gravemente na saúde da população, principalmente daqueles que sofrem e/ou têm tendência para o diabetes. Assim, em entrevista ao RDtv, a médica Maria Angela Zaccarelli Marino, professora de endocrinologia do Centro Universitário Saúde ABC/Faculdade de Medicina do ABC, aconselha como cuidar da saúde no período.
Neste cenário totalmente modificado, os diabéticos são os que devem estar mais atentos com a variação na glicemia, indicador importante no controle da doença, conforme explica a especialista. “Mesmo na pandemia é essencial seguir o plano alimentar e monitorar o índice glicêmico”, alerta. Beber bastante água e conseguir praticar exercícios físicos, ainda que ao menos 15 minutos por dia, podem ajudar no controle metabólico, segundo a endocrinologista.
Para Maria Angela, a alimentação faz parte de quase 50% do tratamento de qualquer tipo de diabetes, e atualmente, é a principal responsável por manter o controle da doença. “Falamos que o diabetes não tem cura, mas tem como tratar, e grande parte do tratamento se dá a base da alimentação, que deve ser regrada e com muita cautela”, diz. O açúcar, considerado o principal inimigo dos diabéticos, já entra no cardápio de quem sofre com a doença, mas vem da natureza: de grãos, cereais, tubérculos e das frutas.
Assim, de acordo com a endocrinologista, a alimentação pode ocorrer de forma fracionada e agregar todos os componentes que o ser humano necessita, sem excessos. “O diabético precisa se alimentar ao menos seis vezes ao dia, com as três maiores refeições (café da manhã, almoço e jantar) e, no intervalo, alguma alimentação com fruta, que já tem seu próprio doce e garante tudo aquilo que o corpo humano precisa”, recomenda.
Ao contrário do açúcar industrializado, que faz mal à saúde, o açúcar natural, advindo das frutas, dos grãos e dos cereais – se ingerido sem excessos – tem efeito positivo contra a depressão, estimula a digestão, ajuda na redução da glicose e insulina, além de ajudar no processo de emagrecimento para quem busca a perda de peso com qualidade de vida. “É um açúcar ‘bom’, ao contrário do industrializado, que existe somente para saciar a vontade de comer doce e do ser humano sentir o gosto de açúcar na boca”, enfatiza a especialista.
Em casos de tremor, palpitação, transpiração, palidez, fraqueza, cansaço e/ou sonolência, Maria Angela recomenda que o paciente busque um especialista para averiguar a manifestação de hipoglicemia e/ou diabetes. O sinal de alerta para marcar a consulta é observar em si, a presença dos sintomas, principalmente quando, antes, tudo parecia normal e foi modificado. Não há idade para manifestação da diabetes e/ou hipoglicemia, e podem surgir em homens e mulheres.