Seis alunas do Colégio Universitário da USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul) se classificaram para a semifinal do maior concurso de tecnologia do mundo: o Technovation Girls 2021. As garotas desenvolveram um aplicativo para transformar a rotina de pessoas autistas e, com isso, se classificaram para a final da competição, que testa a habilidade das garotas a resolver problemas da sociedade.
O objetivo em desenvolver um dispositivo que auxiliasse os autistas era comum, o que fez com que as estudantes abraçassem a causa e chegassem até a semifinal da competição. “Foi um excelente projeto de se acompanhar, porque todas as alunas acabaram se envolvendo com o trabalho, planejando o que teria que ser feito e ocorreu bem”, diz a professora e mediadora do projeto, Maria Regina Manzini, em entrevista ao RDtv.
Formada pelas alunas Maria Eduarda de Oliveira Ferraz, Maria Eduarda Stochmann, Rafaela Generozo Balthazar, Michaelle de Oliveira Lopes e Emmanuelle de Oliveira Lopes, junto a professora Maria Regina Manzini, a equipe de São Caetano é uma das 11 brasileiras que ainda fazem parte da competição mundial, com alunas na faixa dos 15 e 16 anos.
Mesmo com a pandemia, as alunas e a professora se encontraram com reuniões virtuais periódicas para desenvolver o aplicativo que busca ajudar as pessoas autistas. “Foi bem desafiador, mas as reuniões virtuais ajudaram para que tudo fluísse”, lembra a aluna Maria Eduarda ao frisar que por conta da familiaridade com o tema, o desenvolvimento do projeto foi facilitado. “Desde o início todos toparam trabalhar o autismo, alguns por ter familiaridade com o tema e outras simplesmente toparam, então foi mais fácil”, diz.
Eduarda Stochmann lembra que logo no começo do projeto separaram as funções, o que também facilitou na construção do aplicativo. “Sempre conversamos muito e vimos o que cada uma fazia de melhor, então facilitou bastante”, conta ao citar que ela e suas colegas se encontravam ao menos três vezes por semana para trabalhar o tema. “Estudamos muito o tema, conversamos com psicólogos, colegas autistas e aprofundamos muito, o que agregou bastante para o desenvolvimento do aplicativo”, diz a aluna Rafaela Generozo.
Segundo as alunas, o aplicativo conta com jogos que estimulam a criatividade e a imaginação dos autistas. “Desenvolvemos o aplicativo para estimular as crianças autistas com atividades bastante coloridas, pedagógicas e assim conseguir estimula-las”, explica Rafaela. Já a desenvolvedora do app, a aluna Michaelle de Oliveira, conta que foi preciso dois a três meses para a construção da plataforma. “Foi bem desafiador. Procurei muitos vídeos, aperfeiçoei o que já sabia, aprendi novas coisas e enfim conseguimos montar o aplicativo”, conta.
Emmanuelle de Oliveira, irmã da desenvolvedora do app, conta que ter a irmã em casa facilitou na construção do aplicativo. “Ajudou bastante. A ‘Micha’ participou da competição no ano retrasado e este ano, com ela em casa, nós duas conseguimos desenvolver melhor o projeto”, diz.
O aplicativo ainda não está disponível na loja de apps dos celulares, mas as alunas garantem que, em breve, estará disponível para aparelhos iOS e Android.
O Technovation Girls é um programa do Technovation, organização americana sem fins lucrativos, e a ONG Instituto Paramitas representa o programa no Brasil.