Fobia social traz prejuízos para a carreira profissional, diz psiquiatra

O medo extremo de convívio com outras pessoas pode ser sinal de fobia social, transtorno psíquico que precisa de tratamento clínico e muitas vezes prejudica pacientes na carreira profissional, pela ansiedade extrema em antecipar julgamentos de outras pessoas. O quadro muitas vezes pode ser confundido com timidez ou a introversão, e procurar atendimento médico especializado é necessário para melhorar qualidade de vida.

O número de pessoas em média com algum tipo de fobia chega a 13% da população e é de 2 a 3 vezes maior em mulheres, segundo o médico psiquiatra Cyro Masci, que comentou em entrevista ao RDtv sobre o medo social. “Temos um quadro de vários sintomas na fobia social. A pessoa passa a evitar as outras e isso traz prejuízo para a carreira”, explica o médico ao alertar que muitos dos pacientes passam até a abusar do álcool em alguns casos.

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Diversas situações podem gerar a antecipação de problemas futuros, e o médico ressalta que estar em um grupo social novo, exposição de trabalho na escola, são exemplos em que desperta o medo da da rejeição, mas de forma que impeça a interação com outras pessoas, algo que é característico das pessoas em serem aceitos em um grupo de convívio.

“Prejudicar as atividades do cotidiano, impeditiva, pode chegar ao que chamamos de reflexo vagal, pois nosso sistema tem um nervo que acelera e outro que freia, e esse nervo pode ser estimulado por uma informação incorreta do cérebro, então começa a acumular muito sangue nos membros superiores e ela pode desmaiar”, explica.

Dentre os sintomas, o coração bate mais rápido, há sudorese nas mãos, respiração mais superficial e prováveis apertos no peito, além de dor na barriga, segundo o psiquiatra. “E quando esses sintomas são gerados de maneira automática, e chegam ao cérebro, a situação piora e é muito mais perigosa”, acrescenta.

Cyro ainda ressalta que falar em público é naturalmente um gerador de ansiedade, por isso as pessoas devem se atentar aos sintomas e procurar um especialista para avaliar o caso, que recomendam tratamentos adequados e acompanhamento médico. “Às vezes tudo acaba ocasionando medo, até mesmo comer, ir às festas, então é necessário o apoio de um profissional de saúde mental para fazer esse diagnóstico”, avalia. “A partir disso entramos com medicação adequada e psicoterapia, medidas que vão olhar as experiências da infância e seguir progressivamente”, completa.

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