Obstrução intestinal, que acometeu Bolsonaro, atinge 30% da população

A obstrução intestinal, que acometeu o presidente Jair Bolsonaro, acontece em decorrência de traumas ou hábitos de vida que levam a parada ou trânsito fecal. Segundo o cirurgião geral e bariátrica, André Augusto Pinto, tal condição não é incomum, principalmente nos dias atuais, com a pandemia, em que ao menos 30% da população está acometida com problemas gastrointestinais.

Em entrevista ao RDtv, o especialista explica que o intestino tem um movimento automático a ser feito, no entanto, quando há qualquer tipo de obstrução, ocorre um problema de funcionamento de intestino. “A partir da obstrução se dá a parada de eliminação de fezes e gases do intestino”, explica o médico ao citar que o problema pode ser causado também por um tumor ou por alguma aderência, como torção no intestino.

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O sistema digestivo do corpo humano é composto, basicamente, por um tubo digestivo onde os alimentos ingeridos nas refeições são transformados na digestão e são absorvidos. Neste processo estão presentes: o estômago, o intestino delgado, intestino grosso e outros órgãos. “Caso um desses órgãos apresente complicações, é essencial que o paciente vá ao hospital para fazer exames e evitar maiores complicações”, afirma.

Entre os sintomas mais comuns para complicações no aparelho digestivo e intestinal estão dores abdominais, náuseas, soluços e obstruções parciais ou total. Para o médico, a partir dos primeiros sintomas, é ideal que se busque ajuda especializada, uma vez que quanto antes se inicia o tratamento, mais chance de sucesso nem necessidade de interferência cirúrgica. “Se descoberto em estágio mais avançado, pode ocorrer complicações no tecido intestinal, levar a uma obstrução abrupta ou até procedimentos cirúrgicos”, alerta.

Em relação ao Bolsonaro, o médico diz que a nova obstrução é consequência das aderências da facada que o presidente levou em 2018. “O presidente passou por quatro cirurgias. Acreditamos que por conta da facada, tenha ficado alguma aderência, e isso aumenta os riscos para que dores abdominais voltem a acontecer”, explica.

Covid-19

No período de pandemia, o cirurgião geral explica que entre 20% a 30% dos pacientes com quadros leves a moderados da doença apresentam algum tipo de alteração no hábito intestinal, e já não possuem mais a mesma rotina de evacuação. “No consultório conseguimos diagnosticar isso. Quem já teve covid-19 apresentou mudança nas funções digestivas, com alguns dias de diarreia, azia, queimação ou até mesmo pacientes que passam vários dias sem evacuar”, conta.

Para tratar destes sintomas, o especialista alerta para que os pacientes se hidratem com bastante líquido ao longo do dia e evitem qualquer tipo de farinha. “Agora que muitas pessoas estão em casa, podem se programar melhor no que vão comer, inclusive tentar dietas balanceadas e evitar certos alimentos”, orienta.

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