São Bernardo mantém auxílio merenda mesmo com volta às aulas presenciais

São Bernardo manterá o Cartão Merenda após retorno das aulas presenciais (Foto: Banco de Dados)

A volta às aulas na região está programada para acontecer entre a última semana de julho e o começo de agosto. No entanto, a determinação fez com que algumas cidades do ABC revisassem o benefício do auxílio merenda para as famílias, que agora terão de contar somente com o serviço oferecido nas escolas e diretamente para os alunos. Quem optar por manter o filho em casa deve ficar sem o benefício. São Bernardo, por exemplo, vai manter o programa do Cartão Merenda, apesar do retorno total das aulas presenciais.

O auxílio financeiro destinado às crianças matriculadas na rede municipal, em São Bernardo, garante repasse de R$ 85 a cada mês a todos os 82 mil estudantes para compra exclusiva de alimentos e já contabiliza 16 recargas. O valor é cumulativo para famílias com mais de uma criança matriculada na rede.

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Os pais que decidirem que os filhos têm de voltar para a escola ficam à mercê da merenda oferecida nas instituições, onde os alimentos são servidos individualmente, com manipulação feita pelos profissionais da cozinha de cada escola.

Em Ribeirão Pires, os alunos de famílias em situação de vulnerabilidade recebem, mensalmente, itens básicos, como arroz, feijão e macarrão, além de hortifrutis, com laranja, cenoura, batata e banana. Os kits de merenda escolar, que são distribuídos durante o período de ensino remoto, estão mantidos somente até agosto, quando as aulas presenciais estão previstas para voltar.

A Secretaria de Educação informa que o benefício contemplou 2,6 mil dos cerca de 7 mil alunos da rede e que reavalia o benefício do auxílio merenda após agosto. O motivo é que as crianças de famílias cadastradas no programa federal do Bolsa Família, afetadas diretamente pela pandemia, dependem do benefício.

O mesmo acontece em São Caetano. Quando o município suspendeu as aulas presenciais, no início do ano passado, as famílias começaram a receber cestas básicas. Já num segundo momento, foi entregue o Cartão Merenda para os 22 mil alunos da rede de ensino, com R$ 90 ao mês, mas o benefício está suspenso desde junho. “Recebemos o repasse em abril, maio e em junho, mas agora estamos sem, e parece que vai acabar”, relata a dona de casa Maria Antonia Figueiroa.

Maria Antonia tem uma filha matriculada no ensino fundamental e conta que a merenda passou a ser feita na escola. Desde então, todos os alunos deixaram de receber o benefício em casa, que ajudava também na compra de itens básicos. “Minha filha não voltou para a escola e não vai voltar enquanto a situação não amenizar. Mas cortaram um benefício que ajudava além da merenda”, relata indignada.

Em Santo André, pais reclamam da suspensão da distribuição do kit merenda na unidades Emeief (Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental), creches, dos CESAs (centros educacionais de Santo André) e EJA (Educação de Jovens e Adultos). Priscila Soares Castro, professora e mãe de um aluno matriculado na rede, relata que o filho não voltou para a escola, no entanto, recebeu kit merenda referente só até maio e com entrega atrasada. “A Prefeitura avisou que agora não entregará mais kits por conta do presencial, mas o que acontece com os alunos que não têm o que comer?”, questiona Priscila.

Com a suspensão do kit merenda em Santo André, passaram a ser entregues em algumas escolas somente leite com biscoito e sopa ao longo do dia, o que também gerou debate entre pais e educadores, segundo Eliane Silva, conselheira escolar da Creche Angela Mazziero. “O kit merenda servia como complemento para possibilitar uma segurança alimentar para essas famílias. Sem essa política, principalmente as famílias que estão em situação de vulnerabilidade vão sofrer e muito”, comenta.

Rio Grande da Serra oferece durante toda a pandemia, para todos os alunos da educação infantil, benefício para subsidiar a alimentação que deveria acontecer na escolas. No primeiro mês da pandemia foi entregue uma cesta básica composta por alimentos, enquanto a partir de maio, o benefício veio como cartão de merenda, no valor de R$ 60 por aluno.

Com  o retorno das aulas presenciais, o ensino acontecerá, a princípio, de forma híbrida (aulas online e presenciais), com percentual de alunos para manter distanciamento. Assim como as demais cidades, a Secretaria de Educação avalia “como será este retorno e como será a continuidade ou não do cartão merenda”.

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