Embora as atenções estejam voltadas para a covid-19, também é necessário manter o cuidado com outras doenças virais que ocorrem, em especial, nos períodos mais frios do ano, como no outono e inverno. Em entrevista ao RDtv, a gestora do curso de farmácia da USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul), Cristina Vidal, aborda os principais aspectos sobre essas doenças e aponta possíveis hábitos que se popularizaram em decorrência da pandemia e devem ser mantidos a longo prazo.
De acordo com Cristina, no momento de restrições mais rígidas adotadas em 2020 em decorrência da covid, houve também queda no número de casos da gripe. “Justamente porque as pessoas estavam evitando aglomerações, sem contato com outras pessoas”, justifica. “A queda se deu também por conta do fechamento das escolas, onde é muito comum os casos de gripes ou outras doenças respiratórias entre as crianças”, explica.
Com o avanço da imunização contra a covid-19 eum período de retomada gradual das atividades, ainda se faz necessário o mantimento dos cuidados contra a doença. “A covid é uma doença muito grave e ainda estamos em pandemia, mas há outras doenças respiratórias que, principalmente se acontecem em conjunto à covid, podem levar à uma inflamação sistêmica, problemas mais sérios aos pacientes”, enfatiza.
Para a gestora, a baixa umidade e poluição do ar são dois grandes “vilões” que apresentam papéis importantes no adoecimento e complicações das vias respiratórias. “Cuidados para umidificar o ar e melhorar um pouquinho essa umidade, facilita o trabalho do nosso sistema respiratório”, destaca. Segundo Cristina, a poluição é um enorme fator que deve ser considerado, tanto para problemas alérgicos, quanto para os mais graves como asma, bronquite, DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica), entre outros.
Em contrapartida aos elementos apontados como vilões, Cristina destaca dois aliados para evitar as doenças que, devido a pandemia, ganharam ainda mais popularidade no cotidiano: uso da máscara e higienização das mãos. “Acredito que são hábitos que vieram para ficar. O uso da máscara é uma proteção para qualquer doença respiratória, não só para a covid. Há países como a China, em que já se era um hábito usar máscara no dia a dia. Junto à higiene das mãos, são dois grandes aliados para quem tem rinite, por exemplo”, ressalta. Isso porque, quando se está com a boca e nariz protegidos, menos partículas de poeira e poluentes do ar são inaladas.
Vidal aponta a umidificação do ar como outra alternativa para uma melhora das vias respiratórias. “Colocar um umidificador em casa, no ambiente de trabalho, onde passamos muitas horas, já melhora a umidificação das vias respiratórias que é uma defesa do organismo. Quando as narinas estão ressecadas, há menos defesas contra microorganismos externos. Outra dica é a lavagem das narinas com soro fisiológico, prática muito simples que previne a sinusite. Quem não tem o umidificador pode colocar uma toalha úmida ou bacia com água próxima à cama”, orienta. Além disso, Cristina alerta para a necessidade de se hidratar. “Isso vai melhorar a qualidade de vida em todos os aspectos”, completa.
Com o retorno de atividades e, consequentemente um maior uso de transportes públicos, é importante se atentar à ventilação dos ambientes. “A disseminação de vírus e bactérias é maior em ambientes fechados e não ventilados. Isso diminui quando se tem ambientes mais arejados e ventilados. É importantíssimo que, não apenas em locais públicos como a escola e o transporte, mas também em nossa casa, as janelas sejam abertas para que tenha uma troca do ar”, diz. (Colaborou Gustavo Lima)