Com a forte presença do frio vista nos últimos dias, as roupas de inverno têm sido o maior alvo de procura em lojas do departamento. Em Santo André, a Buffalos Confecções registrou alta em cerca de 70% nas vendas em relação ao ano passado. Já em Diadema, embora a procura tenha sido grande na Philip Shop, as restrições impostas pela pandemia dificultou o atendimento na demanda.
A Buffalos Confecções é uma marca voltada para a personalização de empresas e times esportivos, mas também atende pessoas físicas. Segundo o proprietário, Allan Covolan, embora a pandemia tenha “travado” as vendas no início, a confeccionadora conseguiu manter bom fluxo de trabalho com a produção de máscaras e aventais descartáveis. Covolan conta que chegou a vender cerca de 50 mil máscaras de tecido.
A chegada do frio, no entanto, voltou as atenções do público para os itens utilizados para se agasalhar como blusas de moletom e calças. “As vendas aumentaram bastante. Em comparação ao ano passado, vejo um aumento em cerca de 70%”, conta Allan. O dono ainda destaca que, para suprir a demanda, houve um aumento na quantidade de costureiras e outros funcionários. A Buffalos ainda ajuda o Projeto Mais Amor SP ABC, com uma produção de agasalhos voltados para a campanha.
Em Diadema, Filipe dos Anjos, proprietário da Philip Shop, sofreu com as restrições impostadas pela pandemia, tanto em 2020, quanto nos primeiros meses deste ano. Fundada no município em 1965, a tradicional loja de vestuários precisou se manter fechada em alguns meses como março e abril. “Fazemos a programação para, entre fevereiro e abril, comprarmos as roupas de inverno e entregarmos com antecedência. Mas com as lojas fechadas, ficou difícil seguir essa programação”, relata Filipe. “Muitos fabricantes reduziram a produção. Grandes lojas, que tem orçamento para cada estação, conseguiram comprar itens de inverno. Para pequenas lojas, como a minha, ficou mais difícil, pois dependemos do dia a dia para comprar”, completa.
O proprietário explica que, com as incertezas de um novo período de restrições comerciais, houve um receio em realizar uma programação mais expansiva. “O comércio foi prejudicado por esses vários fatores e, além destes, quando houve o anúncio dessa onda de frio mais violenta, as grandes lojas já haviam iniciado a liquidação de inverno e compravam a programação de verão. As pequenas lojas estavam com pouco estoque e, quando fomos procurar mais produtos, as fábricas não tinham”, detalha.
Filipe destaca que, após anúncio da drástica queda de temperaturas, a procura dos clientes aumentou. No entanto, ao chegarem na loja, a falta de opções e o preço dificultava o consumo. “Os itens mais em conta, como blusas de lã e pullovers, se esgotaram logo. Enquanto os produtos com preço mais elevado, mesmo que com parcelamento sem juros, o cliente encontrou dificuldade em comprar”, conta.
De acordo com Filipe, com o Dia dos Pais, essa semana será vital para as vendas. Na visão do comerciante, o avanço das imunizações contra a covid-19 também é motivo de otimismo para o cenário. “O clima fica mais otimista para o consumidor, pois as pessoas se sentem mais seguras de sair na rua. Agora as lojas também podem trabalhar em um horário mais extensivo. Com isso, nós imaginamos que as empresas poderão contratar mais pessoas e, dessa maneira, a economia passe a girar com mais intensidade e dinamismo”, pontua. (Colaborou Gustavo Lima)