A variante Delta, da covid-19, está presente em mais de 111 países, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mas segundo as prefeituras do ABC, nenhum caso da variante foi confirmado na região até o momento. Apesar disso, os municípios acendem alerta para intensificar o rastreamento e acompanhamento dos casos da doença, além de tentar avançar na vacinação e conscientizar a população sobre cuidados sanitários, que devem ser mantidos mesmo após aplicação da vacina.
Em Diadema, avaliações e triagens de novos casos de covid-19 vem sendo feitos para possível identificação de contactantes da nova variante e/ou de novas cepas que possam surgir. Desde a última semana, a Prefeitura realiza testagem com os tradicionais testes rápidos e o de antígeno, conforme protocolo estabelecido para públicos específicos, com objetivo de isolar o mais precocemente possível casos positivos da doença, independente da variante.
Santo André, São Bernardo e Ribeirão Pires também fazem o acompanhamento por meio de testagens da covid-19 nos pacientes. Qualquer caso suspeito em uma das cidades, terá o sequenciamento do vírus testado e acompanhado de forma isolada com a testagem de contactantes. Além disso, em São Caetano, o Comitê de Emergências e Combate ao coronavírus se reúne frequentemente para monitorar casos e adotar estratégias de combate à pandemia.
Apesar do ABC ainda não ter computado confirmações da variante, a Capital já registra diagnósticos, o que no ponto de vista do médico pneumologista e professor da Faculdade de Medicina do ABC, Elie Fiss, é fator preocupante. “Estamos falando de regiões transitórias, em que as pessoas circulam rotineiramente entre ir trabalhar, estudar e até para atividades de lazer. Por isso, o cuidado com a higiene deve ser redobrado, para que a variante não chegue e entre em circulação entre o ABC também”, diz.
Questionadas sobre o assunto, as prefeituras de Rio Grande da Serra e Mauá não se manifestaram até o fechamento da reportagem.
Vacinados têm risco até 60% menor de pegar variante
Um estudo mostra que duas doses das vacinas Astrazeneca e Pfizer contra a covid-19 protegem até 60% uma pessoa de contrair a variante Delta. Os dados fazem parte do último relatório da pesquisa REACT-1, do Imperial College London, no Reino Unido. Os cientistas compararam a proteção imune gerada em pessoas que receberam as duas doses dos fármacos com indivíduos que receberam uma dose e/ou não foram imunizados.
No resultado, foi constatado que os que estavam completamente vacinados, tinham 50% menos risco de testar positivo para a covid-19. Já entre os que apresentaram sintomas da doença, o número subiu para 59%. A pesquisa não avaliou taxas de proteção de cada imunizante.