“Populismo e Negacionismo”, esse é o título do livro de Uriã Fancelli, Mestre em Estudos Europeus e que estudou nos últimos anos todo o processo que levou a essas duas palavras ficarem cada vez mais em evidência no mundo político. Ao RDtv nesta quinta-feira (12/8), o escritor falou um pouco sobre esses dois assuntos e suas definições.
“A definição que eu adoto para negacionismo é você selecionar certos fatos ao mesmo tempo que você refuta outros fatos igualmente relevantes, como o objetivo de defender a sua própria ideologia ou visão de mundo”, começou.
“Primeiro, não existe uma definição, um consenso sobre o que é populismo. Eu e vários autores consideramos o populismo como uma ideologia que pode ser anexada a outras ideologias”, seguiu o escritor.
Tal situação passou a ser abordada por Uriã quando ocorreram os primeiros incêndios na região do Pantanal, em 2019. Naquele momento havia um negacionismo por parte do Governo Federa ao não admitir que haveria relação das queimadas acontecerem exatamente nos locais que em havia o maior desmatamento. Tal comportamento deu o impulso para a publicação.
Mas para aqueles que consideram que o livro é voltado exclusivamente para definir o governo e o comportamento de Jair Bolsonaro (sem partido) estão enganados, pois o escritor deixa claro que há negacionismos nos mais diversos campos. “Claro que existe um negacionismo no PT quando eles defendem que não houve corrupção no governo, é claro que houve. Negar isso também é um tipo de negacionismo”.
Fancelli retrata fatos históricos que levaram ao ser humano ao estado do negacionismo, desde a postura da indústria do tabaco nos anos 1950, passando por sua chegada aos governos populistas, algo que também explica muito do que é visto em tempos de pandemia com lideres negando a ciência e realizando campanhas contra a vacinação.