O Colsan (Associação Beneficente de Coleta de Sangue) está com estoque de tipos sanguíneos RH negativo para apenas mais três dias, conforme explica o médico hematologista Toebaldo Antonio de Carvalho. Segundo o especialista, o baixo estoque acende alerta para a falta de suprimentos em hospitais da região e a necessidade da população em doar sangue, atitude que pode salvar diversas vidas.
Apesar da pandemia da covid-19 – que impõe o isolamento social – o médico declara que o estoque está abaixo do limite, que tem normalidade com três semanas de garantia e com duas já preocupa profissionais da área. “Estamos com um nível muito abaixo do normal desde o começo da pandemia, e isso tem nos preocupado”, declara o gerente e hematologista do Colsan, em entrevista ao RDtv.
De acordo com o médico, nesta época do ano é comum ter a falta de doações devido ao recesso de meio de ano, mas o risco de faltar sangue para pacientes é alto. “Acompanho como gerente médico, então recebo informações de estoque das agências que gerenciamos diariamente. Observo cada um e já pelo fato de estar sempre trabalhando ver que temos apenas para três dias é um risco”, comenta.
Com a baixa no estoque, a Associação tem realizado o gerenciamento de envio, como é feito habitualmente, mas de maneira mais intensa, de forma que o órgão entra em contato com profissionais que solicitam a quantidade prescrita, sem deixar riscos. “Em função do quadro clínico ninguém vai pedir para que reduza e/ou que coloque o paciente em risco. Isso muitas vezes tem uma margem, mas sem doador, não tem sangue”, explica.
O sangue tipo “O” é doador universal e acaba sendo mais utilizado em emergências, que muitas vezes demandam da doação, mas por conta do curto período não é possível realizar os exames para saber o tipo sanguíneo do paciente. Por conta disso, Carvalho salienta que a necessidade das doações são de todos os tipos, que podem ser doados em qualquer posto da Colsan.
Na pandemia, os processos de triagem para doadores se tornam ainda mais seguros. “Tanto em relação ao receptor, que vai colher o sangue, quanto o doador, que vai fazer a doação, existe um protocolo rígido de saúde que vem sendo seguido e que foi reforçado agora na pandemia”, diz.
Para realizar a doação, é preciso estar em boas condições de saúde, ter entre 16 e 69 anos e pesar mais de 50 quilos. A Colsan tem 12 unidades no Estado e 4 na região, duas em Santo André, no Hospital Estadual Mário Covas e Centro Hospitalar Santo André; uma em São Bernardo, no Hemocentro Regional São Bernardo, e uma em São Caetano, no Núcleo Regional de Hemoterapia Dr. Aguinaldo Quaresma. Os locais e horários de atendimento podem ser consultados no site: www.colsan.org.br.