Pacientes acometidos pela covid-19 em São Caetano têm sido atendidos no Ambulatório de Fisioterapia Cardiorrespiratória e Pós-Covid-19 da USCS (Universidade de São Caetano do Sul), para tratar as sequelas da doença. Na reabilitação, fraqueza muscular nos membros inferiores e a função respiratória desregulada estão entre as principais queixas relatadas pelos pacientes que contraíram a covid-19.
Em entrevista ao RDtv, a fisioterapeuta Adriana Paulino de Oliveira, docente e supervisora do Ambulatório comenta que a qualidade de vida dos pacientes antes de terem a doença influenciam no tratamento pós-covid, já que não é possível definir perfil exato de quem pode ou não ter sérias complicações.
Pacientes com comorbidades, problemas cardíacos, obesidade ou problemas pulmonares, como obstrução crônica, asma e fibrose, tendem a ter agravamentos. “Temos pacientes que ficaram muitos dias internados e acabaram recuperados, dificilmente 100%, mas com 25% de lesão pulmonar”, explica.
De acordo com a fisioterapeuta, cada caso depende do nível das comorbidades do paciente e do nível de comprometimento que a doença atingiu. “Vai depender de como era a qualidade de vida da pessoa, do tipo de sequela que o paciente tinha […] todas as questões contam como um ponto de gravidade para a doença, que pode ou não piorar as sequelas da covid”, explica.
Os pacientes atendidos na cidade são acompanhados pelo ambulatório da USCS e passam por diversas avaliações, tanto na saúde física como mental, explica a supervisora. “Triamos no ambulatório, mas encaminhamos para todas as áreas da USCS, de psicologia, nutrição, outros setores da clinica de fisioterapia”, explica. “A gente está fazendo o foco geral e também do comprometimento, com fadiga, cansaço muscular e de falta de força”, salienta.
O grau de sequelas influencia no tratamento, que pode durar semanas e até meses, com acompanhamento de uma, duas ou até três vezes por semana na clínica. “Temos pacientes que apresentam testes normais, então fazemos a orientação para fazer uma academia, para voltar para a atividade de vida, e têm pacientes que demoram mais. Não tem uma linha de segmento exato, depende muito do que esse paciente tinha e sua qualidade de vida antes da infecção da covid”, completa.