A campanha salarial dos trabalhadores da General Motors (GM) segue com uma grande interrogação, o que ocorrerá com os trabalhadores que se acidentarem na fábrica. Este é o principal ponto de preocupação do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano. No RDtv desta segunda-feira (11/10) o presidente da entidade Aparecido Inácio da Silva, o Cidão do Sindicato relatou sobre o problema que passará pelo crivo do TRT-SP (Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo) na próxima quarta-feira (13/10).
A princípio a montadora quer mudar a chamada Cláusula 41 que dá o direito de estabilidade do emprego para quem se acidenta dentro da empresa. Esse período de manutenção na empresa é válido até a aposentadoria. Segundo Cidão, a GM quer uma alteração para encurtar o tempo dessa estabilidade para um ano, algo que os trabalhadores não querem.
“Essa não mudança da Cláusula 42 é uma posição minha que eu não aceitei, inclusive por duas oportunidades no TRT, eu não concordei mudar uma vírgula da redação atual, então esse é o impasse gerado até então e por isso que foi criada toda essa situação, porque eu não concordei com mudanças e agora a empresa veio com uma nova redação. Lá atrás ela sinalizou uma possibilidade de ser criar uma nova redação, algo já feito em outras montadoras, mas no meu entendimento isso vai gerar um entendimento dúbio sobre a regra”, explicou.
As negociações entre o sindicato e a montadora travaram exatamente com essa possível alteração, o que foi colocado como condicional para seguir com a negociação para as demais situações envolvidas no assunto como a reposição inflacionária no salário em 10,42%, o aumento do vale-alimentação para R$ 1 mil para os trabalhadores da denominada grade nova e R$ 500 para os demais. Além disso, para que não ocorra desconto ou compensações devido ao período parado (seis dias úteis até está segunda, 11/10).
Manutenção
Cidão do Sindicato deixou claro que em nenhum momento houve qualquer movimento do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano que causasse uma possível saída da GM da cidade, algo que foi ameaçado por algumas vezes, a última em 2019. O sindicalista considera que o momento é tentar fazer com que os trabalhadores voltem a ter poder aquisitivo.
“Muitos pensam que os trabalhadores da GM ganham bem, mas não é bem assim. Os trabalhadores mais antigos até tem uma situação um pouco melhor, porém, os salários foram achatados significantemente ao longo dos anos. De 2015 até 2020 nós deixamos com essas flexibilidades, essas benevolências que nós fizemos no sentido de manter a empresa aqui em São Caetano do Sul e nós fomos capazes de construir um acordo para que a empresa pudesse investir aqui em São Caetano”, relatou.