Apesar do isolamento social trazer diversos aspectos positivos durante a pandemia da covid-19, como a minimização da proliferação do vírus, ficar em casa acentuou o sedentarismo da população. O professor Daniel Leite Portella, doutor em Educação Física e docente de Educação Física e do Programa de Mestrado Profissional em Ensino em Saúde da USCS (Universidade de São Caetano do Sul) aponta que a inatividade foi 80% maior em 2021, de acordo com Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ).
Os impactos da falta de exercício físico, diz, são grandes. Além de afetarem fatores biológicos, como hipertensão arterial, resistência a insulina, diabetes tipo 2 e aumento de colesterol, desencadeiam outras doenças e pode até mesmo afetar saúde mental, principalmente a médio e longo prazos. “Os danos mais comuns ocorrem na saúde biológica. O sedentarismo nos leva a uma vida com menor atividade, principalmente a doenças crônicas não transmissíveis, oriundas de sedentarismo”, comenta.
Recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde), o nível ideal de atividades física para um adulto é de 150 a 300 minutos semanais, de intensidade rigorosa a moderada. “Uma atividade, que seja caminhada leve e já altere o ritmo respiratório é considerada moderada, ou aquelas com intensidades mais altas, que a pessoa tem muita dificuldade de respirar ou de falar, assim podemos determinar a intensidade”, orienta.
As atividades físicas são classificadas de quatro formas, doméstica, de trabalho, deslocamento e de recreação, informa Portella, que dá dicas para quem trabalha ou está em casa e precisa se movimentar. “O andar é bom, mas ficar em pé já tem desgaste, a gente não se dá conta, mas gastamos energia, pois tende manter vários músculos contraídos para manter a postura. Outra dica é a cada certo momento sentado, levantar e dar uma caminhada, mesmo que pelo local de trabalho”, ensina.
Exercícios físicos são diferentes de atividades físicas
Apesar de ambos exigirem movimento do corpo, Portella explica que diversos estudos apontam sobre as atividades físicas não estarem atreladas ao conceito de comportamento sedentário, e sim mais independente. “Eu posso praticar um exercício físico para atender as recomendações de saúde, mas depois disso tudo que faço são atividades físicas. Todo esse conjunto é muito importante. O que define não é só o nível, mas a rotina, quanto tempo fica sentado ou em frente as telas”, salienta.
Os conceitos de atividades físicas se baseiam em qualquer movimento que é realizado e aumente o gasto calórico, já nos exercícios físicos o conceito se baseia em atividades que exijam intensidade e duração para obter melhora no potencial de saúde. “É importante a rotina diária deste indivíduo, estar sempre ativo, ir a padaria a pé e se movimentar em casa são exemplos”, completa.