O pedido de saída do vereador de Santo André, Eduardo Leite, do PT segue causando perguntas e parte da militância. Em entrevista ao RDtv desta terça-feira (26/10), o ex-deputado estadual Luiz Turco afirmou que a tentativa de desfiliação do parlamentar é um “equívoco político”. Sobre o diretório andreense, o petista considera que deva haver uma aliança entre “caras novas” e os mais experientes em busca de um novo crescimento a partir de 2024.
Turco afirmou que foi pego de surpresa com a informação da saída de Eduardo, que chegou a conversar com pessoas dentro do partido, mas que não teve como reverter a situação. Acreditando que não havia a necessidade do vereador em ter tal atitude, o ex-deputado não esconde que o partido lugará para manter sua segunda cadeira na Câmara.
“O Eduardo vai ter que esperar o resultado do pedido na Justiça e claro o PT vai lutar para manter a cadeira, o que é o seu direito. O que está claro é que essa situação será um grande desgaste para o Eduardo, mas também para o PT haverá esse desgaste enorme”, comentou.
Eduardo Leite entrou com um pedido de desligamento da legenda após uma série de atritos com a direção municipal, principalmente levando em conta o acordo com a base governista para a formação da Mesa Diretora do Legislativo, o que irritou os petistas que não queriam um de seus vereadores neste acordo.
Logo depois, Leite acabou barrado pela legenda e perdeu o direito de realizar a defesa da bancada durante as sessões, fato que foi encarado como uma gota d’água para o pedido de saída. Parte dos aliados de Eduardo migraram para o PSB, destino quase que certo do parlamentar caso consiga a autorização judicial para migar de legenda.
Tal imbróglio é um dos capítulos que levaram o PT andreense para a crise que vive. Após perder as eleições de 2016 com Carlos Grana e não reeleger Luiz Turco para a Assembleia Legislativa em 2018, o partido só consegui emplacar duas das 21 cadeiras da Câmara com Eduardo e Wagner Lima, três a menos em comparação a legislatura passada.
Para Turco, o momento do partido é em apostar em caras novas e aliá-las com os mais experientes para formar novas lideranças e assim ter maiores chances em 2024. Para o próximo ano, o partido contará com o nome de Bete Siraque para tentar uma vaga no Parlamento Paulista. Bete foi a candidata petista ao comando do Paço no ano passado.
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Turco passou ter uma função no partido de organizador, trabalhando na pré-candidatura de Fernando Haddad ao comando do Palácio dos Bandeirantes. Ao ser questionado sobre uma possível aliança com Guilherme Boulos (PSOL), o ex-deputado deixou claro que seu colega de partido não deixará a disputa, levando em conta um cenário que o coloca como um dos lideres das pesquisas pré-eleitorais e ainda o cenário incerto do PSDB, principalmente com o nome de Geraldo Alckmin.
Outro ponto é a confiança de convencer o PSB paulista em se aliar com Haddad. Mesmo com as falas de Márcio França afirmando que os socialistas paulistas contam com dois planos: candidatura própria ou aliança com Alckmin, Turco considera que o ex-governador pode mudar de opinião, principalmente levando em conta a possibilidade de seu partido apoiar a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para presidente.