A tecnologia está cada vez mais presente na construção civil. A previsão é que nos próximos cinco anos, o Brasil passe a depender mais das máquinas para trabalhos pesados e a construção de imóveis pré-montados avance passe a ter valor mais acessível no mercado. O olhar é de Enio Moro Junior, gestor do curso de Arquitetura e Urbanismo da USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul). O arquiteto conta que modelos pré-fabricados já podem ser encontrados e têm facilitado muito a construção de edifícios no lugar de tijolos. Hoje existe uma série de novas tecnologias que permitiriam que as obras de trabalho braçal fossem montadas e não construídas tijolo por tijolo.
Enio Moro afirma que o custo chega a ser de 20% a 30% maior, mas de acordo com a tendência de queda e disseminação da técnica, em até 5 anos a diferença no custo será maior. “Grande parte do ABC foi construída artesanalmente, com equipes grandes de trabalho. Mas, hoje, existem tecnologias. Temos robôs também voltados à construção civil que fazem paredes em grande velocidade e gastam material na quantidade precisa”, acrescenta.
A mão de obra dos pedreiros, porém, não deve deixar de existir, mas o conforto no trabalho seria maior, já que novas tecnologias trazem o uso de aparelhos eletrônicos para serem utilizados, o que vai exigir capacitação de profissionais. “É uma profissão que vai ter de se transformar. O pedreiro tem aquele princípio artesanal muito rico, é uma vivência milenar. Alguns continuarão, mas boa parte enfrentará capitação para conhecer essas novas tecnologias”, comenta.
As instituições de ensino já têm se adaptado às novas tecnologias na formação de arquitetos e engenheiros, o que deve reforçar o uso nos próximos anos, mas Moro informa que sindicatos da indústria e dos trabalhadores da construção civil também têm oferecido mais capacitação para profissionais que queiram se atualizar.
Laboratórios auxiliam novos profissionais
A fim de aumentar ainda mais a experiência de quem vai planejar novas construções, a USCS tem investido em 4 laboratórios para o curso de arquitetura e urbanismo. “Temos o de computação gráfica, no começo do curso, o laboratório de práticas, que estuda materiais, o FabLab com impressoras 3D, máquinas de corte a lazer, e o último que montamos na pandemia que é o laboratório de sustentabilidade e conforto ambiental, com túnel de vento para ver como o edifício se comporta. O heliodon, que simula a trajetória solar também está presente para fazer os projetos e ver a exposição solar no local”, conta.
A USCS está com vestibular aberto para 2022 e oferece três formas de ingresso: via nota do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), histórico escolar ou redação. “Estamos com expectativa boa na USCS para esse vestibular, pois durante a pandemia conseguimos manter o número de alunos”, completa o gestor. Interessados devem se cadastrar no site: www.uscs.edu.br.