A Secretaria de Saúde de São Caetano realizou nesta quarta-feira (27/10) o 1º Encontro com Gestores da Saúde Pública. Três convidados abordaram os desafios da Saúde Pública na pandemia e pós-pandemia: a médica imunologista que liderou o sequenciamento genético do coronavírus, professora da USP e USCS, Ester Sabino; o cardiologista, pesquisador e professor titular da Faculdade de Medicina do ABC, Antonio Carlos Palandri Chagas; e o médico infectologista e atual reitor do Centro Universitário da Faculdade de Medicina do ABC, David Uip.
Na ocasião, o prefeito Tite Campanella, que fez o lançamento da Revista Mais Saúde para Você e destacou as ações da secretaria, explicou que mesmo após o período de enfrentamento da pandemia ao longo dos últimos anos, irá manter o comprometimento com a população de São Caetano para que sejam detectados e monitorados aqueles pacientes que tiveram a doença e, assim, totalmente restabelecidos.
Danilo Sigolo, secretário de Saúde, relembrou a criação de protocolos da cidade para manejo de casos suspeitos e de infecção no início da pandemia. “Criamos um Comitê de Emergência de Combate ao Coronavírus, grupo que permanece se encontrando e discutindo periodicamente, criamos o Disque Coronavírus e uma série de programas de testagem em massa e inquéritos, que nos ajudaram a mapear e monitorar a contaminação pela cidade”, explicou.
Danilo falou, também, sobre a retomada dos atendimentos com a criação do programa Saúde em Dia e outras novidades como a fase 2 do programa de testagem que vai chegar aos contactantes e a remodelação do ambulatório pós-covid. “A pandemia mostrou a todos, como as unidades do SUS (Sistema Único de Saúde) são essenciais para o cuidado da população de forma universal, sem distinção. O SUS e nossos funcionários saem mais fortalecidos após o enfrentamento à pandemia. Nossas equipes não mediram esforços para cuidar da população e merecem toda nossa gratidão”, complementou Sigolo.
O cardiologista Antonio Carlos Chagas, traçou um panorama da doença cardiovascular antes e durante a pandemia. “A covid produziu em nosso País um novo momento. A pandemia foi um aprendizado para toda a Saúde, tratamos o desconhecido e curamos muita gente. E as doenças cardíacas, que sempre foram uma das maiores causas de morte no Brasil e no mundo, devem permanecer já que as doenças cardíacas estão fortemente associadas a complicações da covid e pós-covid.”
O infectologista David Uip fechou o evento falando sobre o mundo pós-covid. “Durante a pandemia, observamos que hospitais bem equipados, equipes treinadas, protocolos elaborados e compromisso das equipes fizeram total diferença nas ações adotadas. Tratamos quatro tipos de pandemias: a doença, o paciente internado, os familiares e o isolamento. Enfrentamos com nossos pacientes várias etapas de pânico: quando ele descobria que seria internado, quando ele entendia que permaneceria isolado e, em seguida, quando ele seria encaminhado para a semi-intensiva ou para a UTI com possível entubação. Em pouco tempo, aprendemos a driblar o desconhecido e, embora com poucos recursos terapêuticos, aprendemos quando ministrar o anticoagulante ou o corticoide. Nós passamos de todos os limites, todos foram corajosos em quebrar barreiras e, por isso, tudo deu certo. A qualidade das equipes de enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos, intensivistas, entre tantos outros profissionais, fez toda diferença no atendimento de milhares de casos. Os profissionais foram se preparando com compromisso e responsabilidade. Hoje temos um novo desafio: os sequelados da covid.”
O evento contou com a presença da presidente da Fundação ABC, Adriana Berringer Stephan; diretores dos hospitais privados do município; da promotora de justiça, Marisa Rocha; do presidente do CRF (Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo), Marcos Machado Ferreira; do infectologista Fabio Leal; vereadores e outras autoridades.