A novela sobre o futuro político de São Caetano segue. Um dos ministros do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) pediu vistas no processo que julga os recursos e José Auricchio Júnior (PSDB) e Fabio Palacio (PSD), nesta quinta-feira (28/10). Com isso, o processo foi retirado de pauta e não há uma nova data para seu prosseguimento. Por enquanto o 2 a 0 para o retorno de Auricchio ao comando do Palácio da Cerâmica.
A princípio o sistema do TSE apontava que quatro ministros votaram a favor do tucano: Luís Felipe Salomão; Edson Fachin; Mauro Campbell e Carlos Hornabarch. Porém oficialmente foram contabilizados os votos de dois ministros, Salomão e Fachin. O presidente da Corte Eleitoral, Luis Roberto Barroso foi o responsável pelo pedido antecipado de vistas. Outra mudança foi o fato de Alexandre de Moraes ficar de fora da votação, pois se sentiu impedido, em seu lugar votará Nunes Marques.
Com esse cenário, Tite Campenalla (Cidadania) segue como prefeito interino até que haja um resultado sobre o destino do município em relação ao comando da Prefeitura.
Fabio Palacio
Em nota o advogado de Fabio Palacio, Fernando Neisseer, relatou que a paralisação do julgamento ocorreu “em razão da complexidade do tema e da necessidade de maior reflexão pelos ministros” e ainda ressaltou que segue confiando na Justiça Eleitoral. Palacio busca garantir o entendimento de sua tese que tenta convencer os ministros em dar posse ao segundo colocado, pois Auricchio entrou no pleito de novembro com sua candidatura inapta.
Histórico
Todo o imbróglio do caso Auricchio começou ainda em 2016 quando o MDB, partido do então prefeito Paulo Pinheiro, entrou com uma denúncia de supostas irregularidades na capacitação de doações na campanha do PSDB.
Após investigações foram descobertas ilegalidades nas doações de duas doadoras. A primeira foi de Maria Alzira Garcia Correia Abrantes que teve seu nome contabilizado com uma doação de R$ 350 mil. Está senhora, moradora de Jundiaí, habita uma casa humilde. O RD foi até a residência e Maria sequer sabia quem era José Auricchio Júnior.
A segunda doação investigada foi a de Ana Maria Comparini Silva, que na época da campanha eleitoral estava internada na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) de um hospital na Capital. Em seu nome foram doados R$ 293 mil. Além disso, o nome de Ana Maria estava no histórico de Maria Alzira com uma suposta transferência ilegal.
Desde então Auricchio perdeu tanto em primeira quanto em segunda instância. Seguiu em seu terceiro mandato por uma decisão da Justiça Eleitoral que considerou que uma possível saída do tucano poderia prejudicar a cidade em meio a pandemia do Covid-19.
O tucano chegou ao dia 15 de novembro do ano passado, data do primeiro turno da eleição, impugnado. Mas recebeu a maioria dos votos válidos – 45,28% (42.842 votos), contra 32,13% (30.404 votos) do segundo colocado, Fabio Palacio (PSD), e do terceiro colocado Mario Bohm (então no Novo, agora sem partido) que obteve 9,1% (8.615 votos).
Desde então tentou novo recurso no TRE-SP e perdeu. No dia 1º de janeiro, Tite Campanella foi eleito presidente da Câmara e por consequência assumiu o comando do Palácio da Cerâmica. Auricchio entrou com um pedido de recurso no TSE. Com uma decisão monocrática, Luiz Felipe Salomão negou provimento ao ex-prefeito, porém, mudou de ideia e levou o caso para o plenário.