Desde o início da pandemia, sinais de ansiedade tornaram-se ainda mais expressivos na população. Em determinado nível, a ansiedade pode provocar crises que exigem cuidados profissionais. O que muitos não sabem, no entanto, é que serviços de atenção à saúde mental são oferecidos de forma gratuita pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Em entrevista ao RDtv desta sexta-feira (29/10), o médico psiquiatra Cyro Masci fala sobre as alternativas para tratar a questão.
A antecipação de coisas negativas é uma característica pertencente à condição humana. Em situações mais críticas, como o cenário pandêmico atual, um estado de ansiedade é gerado de forma mais intensa. Segundo Cyro, a preparação para problemas é um aspecto positivo, que surge em decorrência da ansiedade, mas o médico enfatiza que, em determinado nível, a condição tende a ser negativa. “Se você deixar essa ansiedade tomar conta, ela vai dominar a sua vida e você terá muita dificuldade em usar as áreas que requerem mais calma”, diz.
O psiquiatra enfatiza que existem alternativas de cuidados à saúde mental que vão além dos medicamentos, e que podem ser procuradas tanto por quem possui algum plano de saúde, quanto para pessoas que dependem do sistema público. Para isso, o SUS oferece serviços que podem atuar bem, a depender do grau de ansiedade, como homeopatia, acupuntura e homeopatia.
Masci explica que há duas regiões em ação no cérebro. O sistema límbico, responsável pelo medo, preocupação e ansiedade, têm prioridade no funcionamento do órgão e, sempre que acionado, rouba a razão, localizada na região do córtex pré-frontal. “Para riscos físicos, os mecanismos de ansiedade são muito eficazes. Mas em um estado em que esse alarme é constante ligado, você não consegue viver”, alerta. O psiquiatra apresenta alternativas para evitar que esse sistema permaneça constantemente ligado, como evitar o jejum prolongado, ter uma boa noite de sono e evitar “junk foods”.
A respeito das crises de ansiedade, Cyro ressalta que existem sintomas mentais, corporais e comportamentais. Entre eles, há a inquietação, agitação, suor frio nas mãos, dores de cabeça e aperto no peito. Além dos mais comuns, o médico destaca que existem sinais menos comuns como tontura, desrealização e, até mesmo, apagões. Quando a ansiedade passa a “roubar” a qualidade de vida de um indivíduo, o mesmo deve procurar ajuda profissional. “Um dos critérios é se sentir mal, o outro é quando esse mal-estar impede o funcionamento”, salienta.
Para uma diminuição da ansiedade, o psiquiatra ainda indica práticas corporais como exercícios de Tai Shi Chuan, passeios e caminhadas em praças públicas. “É preciso saber que não conseguimos viver o tempo todo concentrados nos problemas”, diz. Além dos exercícios, Masci indica o consumo de chás, tomados de forma lenta. “Chás de camomila, hortelã ou erva-cidreira são excelentes”, afirma.