Reclamações em redes sociais são situações comuns na vida dos chefes de Executivo. Porém, em Ribeirão Pires, servidores denunciaram ao RD que tal situação virou motivo de “represália” desde o início da gestão de Clovis Volpi (PL). Afastamento de cargos técnicos e processos internos e externos viraram uma tônica na vida daqueles que resolveram cobrar o Poder Executivo da Estância Turística.
O analista de planejamento ambiental, Márcio de Freitas, reclama que em seu caso a perseguição começou logo no início do mandato do prefeito. “Estava na Secretaria de Meio Ambiente e logo de cara fui mandado para a Secretaria de Obras, tempos depois me mandaram para Ouro Fino, dentro da Secretaria de Zeladoria, mas estou aqui sem função, nem computador eu tenho aqui para trabalhar, minha mesa está vazia”, explicou.
Márcio considera que a primeira mudança, de Meio Ambiente para Obras, ocorreu devido ao seu posicionamento político. Militante do PCdoB, o analista foi candidato a vereador nas eleições de 2020 e chegou ao cargo de secretário adjunto durante a gestão de Kiko Teixeira (PSDB).
Apesar da mudança, seguiu ajudando o governo, inclusive com um projeto para combate a enchente em que comandou a proposta que seria levado para outras instâncias para obter financiamento. Após a primeira fase em que a propositura passou sem problemas, Freitas foi deslocado para o Departamento de Ouro Fino antes que conseguisse encaminhar os documentos necessários para a obra que não seguiu em frente.
Neste segundo caso, o servidor acredita que a causa foram vídeos feitos em sua casa, fora do horário de trabalho, criticando um pedido de financiamento de R$ 30 milhões para o recapeamento asfáltico na cidade. Márcio de Freitas é conhecido por publicar análises sobre projetos da cidade e sobre a conjuntura política, inclusive a nacional. Toda essa situação é entendida pelo funcionário público como perseguição.
“Infelizmente isso acontece principalmente nas secretarias de Obras, Educação e Zeladoria. Muita gente está passando por isso”, completou.
Outra denúncia que chegou para a reportagem aponta que servidores que também questionaram o fato do município não pagar o piso para os profissionais da Educação e mudanças no plano de saúde do funcionalismo também causaram afastamentos e processos. Com medo de piorar a situação e sofrer outras ações internas, a maioria dos reclamantes preferem ficar no anonimato, com medo de outras represálias por parte da gestão.
Outro lado
Após o recebimento das denúncias a reportagem entrou em contato com a Prefeitura pedindo esclarecimentos sobre as reclamações e sobre os possíveis artigos do Estatuto que possam causar sanções aos que realizam qualquer tipo de postagem em redes sociais, fora do horário de serviço. Até o fechamento desta reportagem não houve retorno, mas assim que a resposta chegar esse texto será atualizado.