A região alcançou 97,7% da população jovem (de 12 a 17 anos) vacinada com a primeira dose ou a dose única contra a covid-19. Os dados foram divulgados pelas prefeituras no dia 28 de outubro. Entre Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra, Santo André e São Caetano, foram 70.959 jovens vacinados até o momento. São Bernardo – apesar de não apresentar números – imunizou 92% da população nesta faixa-etária, enquanto Mauá e Diadema não se manifestaram.
Em nota, as administrações alegam que os números expressivos demonstram a preocupação da população diante da expansão da pandemia da covid-19 no mundo. Para se ter ideia, São Caetano e Ribeirão Pires dizem já ter alcançado 100% da população jovem imunizada contra a doença e, inclusive, sobressaíram o percentual. “Nosso público-alvo era de 8.644 jovens, mas chegamos a 8.500 com a vacinação de adolescentes”, informa Ribeirão Pires.
São Caetano, que possui 8.472 jovens de 12 a 17 anos, vacinou 8.805 nesta faixa etária com a justificativa de atender jovens que fizeram aniversário recentemente. “Temos vacinado todos os jovens que completam 12 anos e procuram o Centro de Imunização. Já na segunda dose, também estamos avançados, com 87% da população totalmente imunizada”, acrescenta.
Santo André está próximo de chegar à totalidade de jovens vacinados contra a covid-19 com pelo menos uma dose do imunizante. Até sexta-feira (29/10), 50.845 jovens haviam recebido a aplicação, o que corresponde a 99% da população. Na sequência aparece São Bernardo, com 92% dos jovens protegidos contra a doença e, por fim, Rio Grande da Serra, que não apresentou meta de vacinação, mas garante estar próximo da totalidade de jovens vacinados, com 2.998 imunizados até o momento.
Resposta imunológica em crianças de 6 a 11 anos
A vacina contra a covid-19 produzida pela Moderna foi “bem tolerada” e apresentou resposta imunológica robusta, em crianças de seis a 11 anos, após administração de duas doses, segundo anúncio da farmacêutica americana feito no dia 25 de outubro, após testes de fases dois e três com o imunizante.
As testagens com a vacina envolveram quase 5 mil participantes e indicaram forte resposta imune para a faixa etária um mês após a segunda dose, mesmo se comparada com os testes feitos em adultos, informou a Moderna. Os efeitos colaterais da vacinação nas crianças de seis a 11 anos foram, na maior parte, de modestos a moderados. Fadiga, dores de cabeça, febre e dores no local da inoculação foram os mais comuns, segundo a farmacêutica.
Diante dos dados, o docente da disciplina de infectologia da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC), Olavo Henrique Munhoz Leite, destaca que todos os estudos atuais das vacinas excluem menores de 18 anos de idade, mas, por outro lado, existe comprovação de que há eficácia para determinados imunizantes. “Por isso o conselho é que os jovens não deixem de se imunizar”, alerta.
Cuidados básicos
Para o especialista, apesar do avanço da vacinação e da baixa no índice de óbitos e internações, se faz necessário que a população continue com os cuidados básicos contra a covid-19. “Além da vacinação, que é recomendável, é preciso que a população continue a se proteger, com máscara, distanciamento e outros protocolos de acordo com o andamento da pandemia”, diz.
O mesmo se aplica nas exigências que, atualmente, são impostas em locais que geram algum tipo de aglomeração. “Não é errado que, por exemplo, cinemas, prefeituras e/ou escritórios, exijam carteira de vacinação e uso de máscara enquanto houver obrigatoriedade”, defende. “Estamos falando de um surto que ainda não foi totalmente controlado e, além de tudo, lida com a vida de pessoas”, salienta.
Evasão
Ruan de Andrade, infectologista do Hospital e Maternidade Brasil, da Rede D’Or São Luiz, acredita que a evasão, tanto para a primeira dose quanto para a segunda, está relacionada com a falta de credibilidade na vacina. “De forma geral, os grupos que ainda têm alguma resistência maior são adultos acima de 40 anos por terem percepção mais conservadora e/ou restrição da vacina com resistência de disseminação de notícias falsas acerca do imunizante”, defende.
O relaxamento também acontece, a partir do momento em que se observa a redução de casos e óbitos na curva da média/móvel e se passa a observar com menor frequência familiares e conhecidos hospitalizados em decorrência da doença. “Isso nos preocupa, porque a imunização, junto com outras medidas básicas, como o uso da máscara e distanciamento social, é a solução para o combate à pandemia”, comenta.