Em menos de uma semana, moradores de São Bernardo enfrentaram duas inundações de água de esgoto em suas casas, localizadas na alameda Minas Gerais, Parque São Bernardo. O problema persiste há cerca de 15 anos e os moradores estão insatisfeitos com a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) que não resolve o problema. Os alagamentos já causaram inúmeros prejuízos.
Após as chuvas que ocorreram na última sexta-feira (26/11) e nesta terça-feira (30/11), as caixas de esgoto encheram, de modo que a água invadiu as casas. De acordo com Wilson Nascimento, um dos moradores da região, além das casas, dois estabelecimentos comerciais (uma padaria e um mercado) foram afetados pelas inundações. “A rede está cheia, não suporta a água e faz com que ela volte para dentro”, explica.
Apesar das reclamações junto à Sabesp o problema segue sem resolução. Nascimento relata que, na terça-feira, uma equipe da companhia esteve no local para averiguar o caso, mas a conduta de uma das agentes desagradou. “Disseram que a água flui normalmente e que não precisava fazer nenhuma obra, dissemos que não e ela deu risada, falou que veriam o que fazer”, afirma. “Eles não moram aqui, não entendem o que passamos”, completa.
O munícipe, que também conversou com o RD em agosto deste ano, destaca que a vizinhança tem arcado com diversos prejuízos. “Queimou a geladeira, o freezer. Na padaria ainda perderam quilos de farinha”, diz. Além dos bens materiais, os moradores ainda recebem uma alta cobrança pela conta de água.
Em busca de uma alternativa para solucionar os problemas que persistem há 15 anos, Nascimento esclarece que buscou um advogado para levar o caso à Justiça. “Entramos em um processo pelas perdas. Pagamos valores muito altos por uma água que não é tratada e queremos uma devolução dessa taxa. Além dos danos morais que tivemos”, salienta.
Questionada pela equipe do RD, a Sabesp informou que vistoriou o local e constatou que a situação é ocasionada por conta do lançamento irregular de água de chuva na rede de esgoto. Em nota, a companhia frisa que a água de chuva deve ser destinada às tubulações de drenagem urbana e não para a rede coletora de esgoto.
Para amenizar a situação, a companhia alega ter realizado a limpeza preventiva do sistema coletor de esgoto do local. A Sabesp afirma ainda que desenvolve estudos para a realização de trabalhos que promoverão melhorias neste sistema coletor de esgoto. Contudo, reforça que o lançamento de água de chuva na rede de esgoto é uma situação irregular que afeta o funcionamento do sistema e é a principal causa de obstruções e vazamentos, que trazem prejuízos para a população.