O ex-prefeito de São Bernardo e pré-candidato a deputado federal, Luiz Marinho (PT), reuniu apoiadores neste sábado (4/12) na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá, em território andreense, para tratar da conjuntura política. Ao RD, o petista se mostrou contrário a possibilidade de ter o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) como vice em uma chapa liderada por Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“O ex-governador, como disse o presidente Lula, tem que definir primeiro o seu rumo político e isso não está dado. Eu não sei se ele vai para o PSB, se vai para o PSD ou se vai para outro P qualquer. Eu confesso que pessoalmente eu gostaria, com todo o respeito ao governador, mas eu gostaria de ver outras alternativas, como se diz. Mas eu tenho conversado com a militância, e muitas lideranças têm dado esse tom também. Nós confiamos plenamente no presidente Lula e vamos aguardar que ele conduza esse processo de debate, neste calendário (eleitoral) e seguramente ele vai saber conduzir esse processo”, opinou.
Para Marinho, o principal problema de uma aliança entre Lula e Alckmin é a imagem do ex-governador junto ao PSDB, algo que o petista descreve como “a face mais perversa do PSDB”. Tal situação dependeria do caminho por qual o ex-líder do Palácio dos Bandeirantes escolherá. A saída do tucanato é certa, mas o partido em que vai desembarcar ainda é um segredo.
A princípio Alckmin seguiria para o PSD e tentaria novamente ser governador. Aliás, teria uma pré-chapa acordada com o também ex-governador Márcio França. Caso migre para o PSB, a ideia é que aceite ser vice de Lula, e assim petistas e socialistas teriam uma série de acordos para apoio ainda em primeiro turno nos estados.
Tal cenário está quase todo fechado, o ponto a ser resolvido é São Paulo. França condiciona o apoio do diretório paulista ao PT apenas se o partido desistir da pré-candidatura de Fernando Haddad, algo que Marinho considera impossível.
“O Haddad não se retira, ele será o nosso candidato a governador do Estado, isso é um ponto pacífico. Evidentemente que nós estamos trabalhando sob a orientação da presidenta (nacional do PT) Gleice (Hoffmann), sob orientação do presidente Lula e vamos construir a melhor aliança possível. Aliança, às vezes, você faz não o que você deseja, mas o que é possível, tanto para nós quanto para o PSB”, relatou.
Luiz Marinho não descarta conversas com outras legendas, inclusive o PDT que a princípio terá como candidato a presidente o ex-governador cearense, Ciro Gomes, e em São Paulo não dará seu apoio ao PT, algo que já foi batido o martelo. Mesmo assim, o petista aponta a disposição da legenda em conversar com todos, algo que já é feito com o PSOL, que tem como pré-candidato ao Estado, Guilherme Boulos, que também se demonstrou contrário a uma aliança entre Lula e Alckmin.
(Informações: Leandro Amaral e Carlos Carvalho)