Há cerca de um mês 50 moradoras do Jardim Estela, em Santo André, que participam de aulas de zumba no Grêmio Recreativo Pantera Negra, têm enfrentado dificuldade para praticar as aulas. Isso porque o espaço da Prefeitura é administrado pelo Esporte Clube Jardim Estela, que começou a construir um muro no galpão da escola de samba, o que impede a passagem de pedestres, já que não há rampa ou escada.
Sem acesso ao local, que fica na rua Pereira Coutinho, 281, e com permissão de fazer as aulas, as alunas precisam pular o muro para chegar ao galpão ou acessar por uma entrada provisória feita nos fundos do espaço. “Fizeram uma entrada em outro espaço, mas precisa de uma rampa de cimento, seria uma opção, apesar de muitos não concordarem, pois o endereço é na Pereira Coutinho e não lá”, comenta uma das alunas, que preferiu não se identificar.
De acordo com a aluna, a Secretaria de Esportes do município está ciente do problema, mas não toma providência, o que tem dificultado a entrada das alunas. “Foi acordado na Prefeitura que para fazer a quadra eles teriam de fazer uma rampa ou escada para o novo acesso, mas o muro já subiu e nada da escada ou rampa”, explica.
O espaço era utilizado pela escola de samba, mas com a pandemia o local ficou sem uso, e passou a ser cedido pela administração do Grêmio para as aulas de dança, e a nova quadra para os treinos. “Fazemos parte deste grupo, ofereceram até um salão que estava abandonado no clube, mas nosso espaço é com a escola de samba”, completa.
Em nota, a Prefeitura de Santo André informa que realiza estudo sobre a situação apontada pela reportagem. “Ainda nesta semana, uma equipe irá até o local para averiguar e vistoriar o espaço, definindo os próximos passos para a solução da questão”.
Resposta do Clube
Após a publicação da matéria, o presidente do Esporte Clube Jardim Estela, Aguinaldo Bernardi, procurou o RD e informou que o acordo entre as partes, realizado em maio, era de que o clube se responsabilizaria por fazer a rampa e o Pantera Negra de finalizar a obra, o que não foi realizado, e em agosto deste ano o local foi notificado de que o espaço seria uma quadra de areia, para melhorias de todo o espaço. O presidente ainda destacou que o muro em questão na verdade é uma barreira para que a areia da quadra não saia para fora do espaço delimitado.
Quanto ao local para as aulas de dança, Bernardi diz que foi realizada uma reunião com 7 alunas e o espaço poderia ser utilizado para as aulas, mas que também um salão do Clube estaria disponível para as atividades, caso quisessem. “Preparei nosso salão que está livre e todas concordaram em fazer as aulas lá, pediram para que eu conversasse com o presidente do Pantera Negra, mas em nenhuma das tentativas conseguimos ter essa conversa”, comenta.
Todo o espaço pode ser usado pelos moradores da região e o presidente do Clube afirma que a participação das alunas no local é possível. “Estão prontas para recebê-las, não queremos prejudicar nenhuma pessoa, o campo também está aberto para caminhadas, queremos a participação da mulher, conversei com elas, ali não é um muro, a quadra de areia precisa ser cercada, vai ter iluminação mas a passagem não vai ser mais por ali”, completa.