A Ômicron, a nova variante da Covid-19, está chamando a atenção do mundo inteiro, mas não necessariamente os cuidados ficaram maiores. Ao RDtv desta segunda-feira (6/12) o fisioterapeuta são-bernardense Paulo Evaristo relatou a falta de cuidados com passageiros oriundos da África e as atitudes que teve para chamar a atenção do Poder Público sobre a testagem.
Paulo chegou ao Brasil em 27 de novembro, no mesmo voo em que estava o primeiro brasileiro infectado pela nova variante. Apesar do conhecimento de diversos casos e a própria atitude do Governo Federal em não receber pessoas que estavam no continente africado desde a semana passada, no Aeroporto de Guarulhos não houve qualquer verificação ou cuidado maior.
“Mesmo com um voo oriundo da África e com a variante, quando eu fui monitorado ninguém me perguntou de onde eu vinha, se eu estava bem, ninguém aferiu a minha temperatura, ninguém me perguntou nada, fiz tudo por mim mesmo”, explicou.
O fisioterapeuta estava há três semanas realizando um trabalho humanitário no continente africano. Apesar da pandemia, nos locais em que passou não havia cuidados devido a falta de saneamento básico e a pobreza, fatores que impediam que as pessoas fizessem os cuidados necessários.
Após verificar que estava com fadiga, uma das principais características dos infectados pela Ômicron, Paulo entro em contato com a família e voltou ao Brasil, suspeitando que estava com a Covid-19. Sem pedidos de testagem prévios, o ativista só foi procurado após uma reportagem do site Nossa Viagem, do portal UOL, na última sexta-feira (3/12).
Quando teve seu caso exposto, a Prefeitura de São Bernardo entrou em contato para fazer o monitoramento e um novo teste no fisioterapeuta. O teste teve seu resultado negativo, o que permite que o são-bernardense possa visitar sua família, algo que não fez pelo autoisolamento preventivo.
Sobre a fadiga, Paulo Evaristo relatou que tem alergia a insetos e que inclusive o grupo em que estava auxiliando na África pretende transferi-lo para a Grécia, para ajudar os refugiados do Afeganistão, fato que só acontecerá após sua plena recuperação.
Neste momento
O Consórcio Intermunicipal Grande ABC oficiou o Governo Federal para que se faça barreiras sanitárias nos aeroportos para conseguir testar e isolar as pessoas que possam vir de países atingidos pela Ômicron. A princípio ocorreria uma reunião com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para estudar formar de realizar o tal “passaporte da vacina” e os testes, porém, o encontro foi cancelado.
O STF (Supremo Tribunal Federal), a partir do ministro Luís Roberto Barroso determinou a União faça uma atualização nas regras de entrada no país em 48 horas, exatamente por receio de uma nova onda de Covid-19 a partir da nova variante.