Agentes do GOE (Grupo de Operações Especiais), da Polícia Civil, cumpriu um mandado de busca e apreensão na Câmara de Rio Grande da Serra, nessa sexta-feira (10/12). Cinco viaturas foram vistas na frente da sede do Legislativo. Fato ocorre menos de 24 horas após o juiz Alexandre Ferrari deferir o mandado de segurança a favor do prefeito Claudinho da Geladeira (PSDB) e assim suspendendo os dois processos de cassação contra o tucano. A intenção é investigar uma suposta falsificação de documentos para tentar incriminar o chefe do Executivo.
Moradores filmaram e fotografaram as viaturas no Legislativo. Segundo as testemunhas, a sede da Câmara parecia fechada quando os policiais chegaram para cumprir o mandado. A reportagem entrou em com a Secretaria Estadual de Segurança Pública sobre o assunto e assim que houver uma resposta essa matéria será atualizada.
Na noite da última quinta-feira (9/12), Alexandre Ferrari deferiu o pedido de suspensão dos processos de impeachment contra Claudinho após ter acesso ao depoimento de Gabriel Henrique Afonso Campagnoli, ex-assessor da Presidência da Câmara, que levantou suspeitas sobre o presidente da Casa, Charles Fumagalli (PTB), o também vereador Marcelo Alves, o Marcelo Cabeleireiro (PSD), e o advogado Luiz Felipe, em relação a possibilidade de alteração de documentos que poderiam dar razão jurídica para a cassação.
Segundo o depoimento, Gabriel foi chamado para conversar sobre requerimentos dos vereadores que não foram respondidos pelo prefeito. Há princípio havia 17 requerimentos, porém, apenas cinco realmente foram protocolados na Prefeitura, ou seja, chegaram ao conhecimento do Poder Executivo para que houvesse uma resposta.
O trecho divulgado na liminar também aponta um suposto esquema para adulterar datas e assim dar razão jurídica para um pedido de impeachment. A falta de resposta oficial aos vereadores foi usada pelo munícipe Eduardo de Jesus Dias para embasar seu pedido de cassação.
Mesmo sem afirmar nada sobre as investigações, Ferrari preferiu atender o pedido de suspensão dos processos de impeachment até que houvesse uma resposta concreta da Polícia Civil sobre o assunto. A denúncia sobre a suposta falsificação foi feita pelo próprio prefeito no início de novembro.
Negado
Nesta sexta-feira, o vereador Marcelo Cabeleireiro fez um pedido para entrar como uma das partes interessadas no mandado de segurança pedido por Claudinho da Geladeira, principalmente após seu nome ser citado nominalmente no depoimento de Gabriel. Alexandre Ferrari negou o pedido do parlamentar, assim apenas deixando o nome de Charles Fumagalli e da própria Câmara.
(Informações: Carlos Carvalho, George Garcia e Leandro Amaral)