Com a retomada dos encontros presenciais, as festas de fim geram expectativas do reencontro entre famílias e amigos, como apontado pela Pesquisa de Intenção de Compra (PIC) Ceia de Natal, da Universidade Metodista, no ABC, quase 54% dos entrevistados farão festa de Natal em casa e outros 43% estarão fora com amigos ou familiares. O aumento da demanda, combinada à alta da inflação e do combustível, culminou no aumento de preços dos itens da ceia de Natal neste ano, como frutas e castanhas, tracionais na mesa do brasileiro. O superintende da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André), Reinaldo Messias, aponta que frutas e castanhas tiveram aumento de mais de 35% neste ano, em relação ao mesmo período do ano anterior.
Para economizar, Messias aconselha a compra pelo atacado e pesquisa de preços entre os estabelecimentos preferidos pelo consumidor. “Uma das formas de baixar o custo é unir famílias e amigos e comprar caixas de frutas, dividir o conteúdo e os valores, além disso, se a compra for feita no varejo a pesquisa de preços é fundamental”, diz o executivo da Craisa, que aguarda aumento superior a 40% nas vendas de frutas e castanhas. “Essa expectativa se dá pelo aumento da demanda. As famílias querem se reunir, querem se reencontrar e retomar essa tradição”, afirma.
Morador de Ribeirão Pires, Rogério Paulo Luiz é dono do açougue Rei da Carne e espera aumento de 20% nas vendas de carnes e assados no período de festas deste ano, com relação ao mesmo período de 2020. O comerciante também verificou aumento no preço das proteínas. “Tentamos não repassar muito ao consumidor, diminuindo nossa margem de lucro, mesmo assim o produto está mais caro”, conta Luiz.
O líder de vendas no açougue este ano é o pernil suíno. “Diferente dos outros anos, em que as aves predominavam, hoje percebo que o carro-chefe é o pernil suíno”, afirma. Segundo dados da PIC Ceia de Natal, houve ampliação da preferência dos consumidores pelo pernil, dada pela redução o preço da carne suína ao longo de 2021 de aproximadamente 6% até novembro, frente à inflação de 9,26% no mesmo período, segundo o IPCA-IBGE.
Para facilitar a vida dos consumidores, o empresário também oferece carnes assadas, que podem ser encomendadas até dia 23 de dezembro. “Optar pelo carne já pronta garante ganho de tempo, evita a bagunça na cozinha também, é praticidade”, orienta Luiz.
Ceia pronta
Muita gente prefere não perder tempo com a preparação da ceia ou celebrar Natal ou Ano Novo na casa de familiares e amigos, e opta por levar o pranto pronto. Um dos especializados nesta preferência é a Fatto a Mano, rotisserie de São Bernardo, há mais de 22 anos na região. “Este ano recebemos muitos pedidos grandes, devido a retomada das celebrações do Natal e Ano Novo. Aguardamos um aumento nas vendas de, pelo menos, 25% em relação ao ano passado”, conta Renata Cecília, responsável pela casa.
Em 2020, Renata teve muitos pedidos cancelados, em parte pela perda de familiares dos clientes, que desistiam das celebrações. “Eu optei por não cobrar esses cancelamentos e o que percebi foi o retorno destes clientes e de novos consumidores, que hoje desejam celebrar o Natal e reunir a família. Optar pelo produto pronto para levar à casa de um amigo ou familiar, é prático e uma demonstração de carinho”, diz.
A empreendedora também enfrenta alta no preço dos insumos. Uma saída foi garantir o estoque de alguns produtos antes da virada dos preços. A Fatto a Mano ainda recebe encomendas para as festas deste ano, mas sujeitas à disponibilidade do produto, por conta da alta procura. Há opções de carnes assadas, entradas, saladas, pratos principais, sobremesas e acompanhamentos, com valores que atendem a todos os bolsos.
Em São Caetano, a rotisserie Gomes & Garcia também vende produtos prontos para consumo nas celebrações de fim de ano. Proprietária do local há oito meses, Bruna Gracia também reforça a praticidade na compra da ceia pronta. “Evita gastos com a produção, não é preciso ficar o dia todo para assar um peru, ele chega pronto para a ceia”, conta. A empreendedora espera vendas mais altas este ano e relaciona a procura abaixo do esperado por conta da elevação no valor dos insumos, que influenciaram no preço final. “O que mais me chamou atenção foi o preço das proteínas, o chester e peru estão absurdamente caros”, afirma. Para a empreendedora, optar pelas ceias prontas evita os custos com a produção, além do ganho de tempo. “Praticidade é o diferencial, não é preciso ficar o dia todo para assar um peru, ele chega pronto à mesa”, comenta.
No cardápio da rotisserie, o chester e o peru são os itens mais caros da ceia, saem R$ 250 cada, seguidos pelo tender por R$ 120 (unidade). O cardápio pode ser adequado com opções mais baratas, como o frango recheado, R$ 65 a unidade. Entre os acompanhamentos, é possível optar pelo arroz natalino (R$ 66 o quilo) ou arroz a grega (R$ 40 o quilo). As encomendas seguem abertas até o dia 22 de dezembro, até as 18h.
Já para Daciane Matos de Souza, proprietária do Buffet Damaso, em Santo André, mesmo com preços mais elevados as vendas até agora superaram a expectativa de 20%, com relação ao ano passado. “Já chegamos a 25%, acredito que essa porcentagem cresceria, mas não terei tempo e mão de obra para atender mais pedidos”, conta.