Após as prévias do PSDB que definiram João Doria como seu representante na disputa pela Presidência da República, a pergunta que ficou foi sobre uma possível desunião na legenda após a troca de farpas entre apoiadores de Doria e de Eduardo Leite. Ao RDtv desta terça-feira (21/10), o presidente da Câmara de Santo André, Pedrinho Botaro (PSDB), revelou o seu descontentamento com o comportamento durante o processo interno. Sobre a saída do ex-governador Geraldo Alckmin, o tucano relatou que não acredita em debandada no curto prazo, mas que em território andreense tal situação será debatida com o prefeito Paulo Serra.
Ao ser questionado sobre o possível racha na legenda no pós-prévias, Botaro não escondeu as críticas sobre o processo, que em seu modo de enxergar, “deixou muito a desejar”. “Falando bem a verdade, eu me decepcionei, não com o resultado das prévias, eu me decepcionei com o PSDB, que falamos tanto da social-democracia, falamos tanto de diálogo e de repente em alguns grupos do WhatsApp alguns ficam se digladiando. Eu sei que como homens públicos temos que lidar com as críticas, mas não a crítica pela crítica”.
Para o vereador o debate interno no tucanato pode ser comparado com a falta de entendimento sobre medidas para combater o covid-19, principalmente sobre ações de distanciamento feitas em cima da hora no final do ano passado.
Debandada
Sem espaço na legenda, o ex-governador Geraldo Alckmin deixou o PSDB e é visto como principal nome para vice na chapa liderada por Luiz Inácio Lula da Silva. Outro nome histórico do tucanato que deixou a legenda foi o ex-deputado estadual e ex-presidente do partido em São Paulo, Pedro Tobias.
Para Pedrinho Botaro não haverá uma debandada no partido, principalmente na janela eleitoral entre 2 de março e 2 de abril do próximo ano, porém, o parlamentar andreense acredita em mudanças em outros períodos, principalmente o referente a 2024, ano em que ocorrerá as próximas eleições municipais.
“Estou aqui seguindo a nossa principal liderança que é prefeito Paulo Serra, vamos conversar sobre isso, também sobre o próximo ano e sobre esse plano de Santo André 2030, temos que pensar na nossa cidade, não podemos deixar ela nas mãos dos aproveitadores”, resumiu o vereador.
Serra foi um dos coordenadores da campanha de Eduardo Leite e é visto nos bastidores como carta fora do baralho tucano para o futuro. A expectativa fica principalmente para a indicação de qual partido receberá Ana Carolina Serra, primeira-dama e vista como nome certo para a disputa para deputada federal no próximo ano. A tendência é que não seja o PSDB.