Disputas internas e externas, luto e busca de nomes para 2022. Esse é o resumo do ano de 2021 na política de Santo André. Em meio a segunda onda da pandemia do Covid-19, a vacinação e a busca por uma retomada segura, os políticos da cidade passaram por uma série de debates que extrapolaram os limites do município e chegaram ao cenário nacional. O prefeito Paulo Serra (PSDB) fortaleceu sua força política, enquanto a oposição passou por um processo de reformulação.
Eleito em primeiro turno, Serra assumiu o segundo mandato com uma base forte na Câmara e até mesmo conseguindo certo apoio no que se entendia como base oposicionista. Os vereadores do PSB, Carlos Ferreira e Toninho Caiçara, se posicionaram como independentes, mas acabaram estreitando laços com o prefeito, principalmente após a saída de Ailton Lima da legenda.
Outro fator que ocorreu logo em 1º de janeiro e já causou polêmica foi o acordão para definição da Mesa Diretora da Câmara com Pedrinho Botaro (PSDB) na presidência. Eduardo Leite (PT) acabou castigado pela direção petista na cidade ao apoiar da situação, o que gerou seu pedido de saída da legenda por meio da Justiça Eleitoral.
O destino de Eduardo está sacramentado, será o PSB, que já conta com uma direção formada por históricos apoiadores do legislador. Apesar da informação ser pública, todos evitam qualquer tipo de confirmação oficial devido ao processo jurídico.
Com maioria no Legislativo, Paulo Serra conseguiu aprovar sem problemas suas propostas, o que não significa que houve apenas um “mar de rosas” para o Governo, pois um dos principais pontos de polêmica no ano foi a relação com a Fundação do ABC, principalmente após denúncia de que houve um suposto fura-fila na vacinação de pessoas contra o Covid-19.
Apesar da situação ter sido apaziguada após investigação da Polícia Civil e do Ministério Público que não encontraram evidências sobre tal acusação, o Legislativo segue de olho na Organização Social de Saúde (OSS), o que é lido nos bastidores como mais um capítulo do embate entre Paulo Serra e o prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB).
Serra e Morando realizaram uma série de embates políticos durante o ano, o principal foi o processo de prévias no PSDB para a escolha do candidato do partido para presidente. O andreense apoiou o governador gaúcho, Eduardo Leite, enquanto o são-bernardense apoiou o governador paulista, João Doria, que se saiu vencedor.
Apesar da derrota, Paulo Serra segue com sua liderança intacta em seu grupo político e muitos já aguardam quais serão seus posicionamentos para 2022, principalmente levando em conta a possível candidatura da primeira-dama, Ana Carolina Serra, a deputada federal. Outro ponto aguardado é sobre sua permanência ou não no PSDB.
Enquanto isso, a oposição segue em sua reorganização. O PSB mudou de direção na cidade, conforme explicado anteriormente, e o PT tenta acertar a situação de Eduardo Leite e sobre o cenário local. Os petistas perderam sua sede histórica após leilão e a princípio não contam com um nome da cidade para a disputa de algum cargo para o próximo ano. O PSOL segue em torno da liderança do vereador Ricardo Alvarez.
Ainda na Câmara, outra movimentação que chamou a atenção foi de Jobert Minhoca (PSDB) que deixou a liderança de governo e tem sua candidatura para deputado estadual vista como certa. Oficialmente não definiu o partido, mas sua saída para o Republicanos em março do ano que vem é vista como certa.
Luto
Para a política andreense foi um ano duro com os óbitos de Marilda Brandão e Jorge Kina, ambos em março em decorrência da Covid-19, e Samuel Dias após um AVC (Acidente Vascular Cerebral), em maio. Em janeiro quem morreu em decorrência de sequelas do novo coronavírus foi o ex-prefeito Aidan Ravin.