Depois de três tentativas, Claudinho da Geladeira (PSDB) conseguiu o apoio da maioria dos eleitores para tomar posse como prefeito. O que poderia transparecer como um ano positivo acabou virando um tormento na vida do tucano em Rio Grande da Serra. Problemas financeiros, falta de apoio político local e duas tentativas de impeachment marcaram o ano de 2021 para o chefe do Executivo.
Em janeiro, o prefeito chegou a falar na possibilidade de deixar o Consórcio Intermunicipal Grande ABC. A princípio a justificativa era financeira, pois a cidade necessitava de valores para o custeio da máquina pública. Internamente o motivo era o descontentamento pela participação de Akira Auriani (PSB) na entidade, algo que foi superado rapidamente.
No mês seguinte assistiu os vereadores abrirem uma CEI (Comissão Especial de Investigação) para apurar supostas irregularidades no início da vacinação contra o Covid-19. Neste meio tempo, rompeu politicamente com a vice-prefeita Penha Fumagalli (PTB) e viu a Câmara ter maioria oposicionista, com nove dos 13 vereadores contrários à sua gestão.
Claudinho ainda teve outra polêmica com o Legislativo ao tentar retomar a sede da Casa de Leis para ser o local para a Secretaria de Educação e uma Escola. Em determinado momento acabou envolvido em uma forte discussão com o vereador Claudinho Monteiro (PTC), o que foi transmitido nas contas de ambos no Facebook.
Quando todos pensavam que a calmaria tomaria conta da gestão, a CEI apontou que houve irregularidades na vacinação e assim Monteiro aproveitou para pedir o impeachment do Chefe do Executivo e o seu imediato afastamento. Na mesma sessão, outro munícipe pediu a cassação de Claudinho por falta de transparência na resposta de ofício dos vereadores.
O prefeito foi afastado, Penha tomou posse interinamente, os dois pedidos de impeachment foram admitidos. 24 horas depois, Claudinho da Geladeira conseguiu uma liminar que garantiu seu retorno ao cargo e durante três meses tentou de diversas maneiras obter outra ação da Justiça para impedir uma possível cassação.
Tal fato só ocorreu um dia antes da data marcada para julgamento. O juiz Alexandre Ferrari entendeu que era necessário aguardar a investigação sobre uma suposta fraude de documentos para incriminar o prefeito. Caso não seja encontrado qualquer problema, as chances de Claudinho perder o cargo são grandes, mas caso contrário, a situação pode ficar feia para o clã Fumagalli.
Com pouco apoio na cidade, Claudinho acabou ganhando uma grande ajuda do prefeito de São Bernardo, Orlando Morando, e da deputada estadual Carla Morando (ambos do PSDB). Pessoas ligadas ao tucanato são-bernardense migraram para o primeiro escalão de Rio Grande da Serra, entre eles, o ex-vereador Admir Ferro que virou Secretário de Governo.