Muitas pessoas foram impactadas economicamente pela pandemia da covid-19, seja pela redução do trabalho, pela perda do emprego ou pela dificuldade em se reinserir no mercado de trabalho. Para garantir o sustento no período de isolamento social, uma das saídas foi iniciar novos empreendimentos e recorrer às plataformas digitais para realizar a venda. Em Santo André, esses novos empreendedores recebem apoio da Prefeitura para profissionalizar o trabalho, por meio do programa Incubadora Pública da Economia Solidária.
A Incubadora oferece apoio, capacitações em parceria entre Prefeitura e Sebrae, além de experiência em vendas. “Durante a pandemia muitas pessoas se descobriram artesãos e cozinheiros, mas ainda não tem noção de mercado, por isso o programa oferece as ferramentas necessárias para que esse novo empreendedor possa encarar o mercado de trabalho e ter mais chances de sucesso”, explica Maria de Lurdes Lopes, diretora do departamento de Apoio ao Trabalhador da Secretaria de Desenvolvimento e Geração de Emprego de Santo André, em entrevista ao RDtv, nesta quarta-feira (05).
Quem ingressa na incubadora passa por formação teórica e pela experiência prática. Logo de início recebe informações sobre os princípios da economia solidária, sobre o espírito empreendedor, o trabalho de forma coletiva e também é direcionado para participar de cursos de capacitação do Sebrae, sobre temas como precificação, estratégia de vendas, atendimento ao cliente, entre outros. Paralelamente passa a expor seus produtos, no caso das peças de artesanato, na loja da Incubadora no Atrium Shopping, na Vila Homero Thon, e na feira de artesanato que acontece às terças e quintas atrás da Igreja do Carmo, no Centro. Os empreendedores do ramo de alimentos participam apenas da feira ao ar livre.
Atualmente, cerca de 35 empreendedores participam da Incubadora Pública da Economia Solidária. Em breve, a Prefeitura abrirá novo chamamento para formação de nova turma, para ampliação de oportunidades. Quem tiver interesse em ingressar na Incubadora deve entrar em contato pelo telefone 4459-7273 e agendar uma entrevista. Para concorrer a uma vaga é necessário que o empreendedor resida em Santo André e que os produtos e alimentos sejam feitos de forma artesanal, pelo próprio empreendedor.
Outro setor impactado pela covid-19 foi o artesanato já estabelecido na Feira da Economia Criativa da cidade. Lopes conta que durante a pandemia os artesãos sofreram com a suspensão das atividades, mas o tempo de isolamento trouxe novas perspectivas. “Nesse hiato, eles criaram novos produtos e ingressaram ao e-commerce para dar continuidade às vendas. Além disso, percebemos um aumento pela procura de espaços na Feira”, explica. Para atender essa demanda, a Prefeitura estuda a ampliação da Feira, principalmente da organizada no Parque Antonio Flaquer (Ipiranguinha), na Vila Alzira, podendo chegar até 40 novas vagas para artesanato e gastronomia. O chamamento está previsto para o primeiro semestre deste ano.
Feira da Economia Criativa de Santo André
Nascida no início dos anos 70, época em que os hippies, no auge do movimento, estendiam seus panos no chão para expor seus produtos feitos artesanalmente. Daí o nome que até hoje está na memória afetiva de quem mora há muitos anos em Santo André: Feira Hippie. O tempo passou, os hippies hoje são bem poucos, mas a essência de comercializar somente artesanato continua. Hoje, 50 anos depois, a feira conta com 75 artesãos que se distribuem em três pontos: Praça do Carmo, Parque Antonio Flaquer (Ipiranguinha), na Vila Alzira, e Parque Regional da Criança – Palhaço Estremilique, no Parque Jaçatuba.