A cidade paranaense, Paranacity, de apenas 15 mil habitantes, no interior daquele estado, vive o mesmo drama de tantos outros municípios que enfrentam o grande desafio de frear as infecções por covid-19 e tratar seus pacientes. À beira de uma crise financeira por conta da seca que assola o sul do país e afeta a lavoura sua principal fonte de receita, Paranacity não tem um hospital próprio e também persegue o sonho da primeira escola pública municipal.
O prefeito de Paranacity, Júnior Cocco (PSD) participou do RDTv desta segunda-feira (10/01) e falou sobre o combate à doença na cidade e das demais dificuldades que a cidade enfrenta. Aos 47 anos de idade, prefeito pela primeira vez depois de ter vivido um mandato como vereador, Cocco diz que a cidade já registra, a exemplo das regiões metropolitanas, um aumento de casos de gripe e de covid-19.
O município de pouco mais de 15 mil habitantes já teve 187 casos confirmados da doença e 30 óbitos desde o início da pandemia. “A pandemia aqui impactou igual, tivemos que fechar comércio mesmo sem querer fechar o trabalho do pai de família, mas infelizmente tivemos que fazer isso. Os jovens querem fazer suas festas, mas tem que esperar um pouquinho”, disse o prefeito, que nas duas últimas semanas publicou dois decretos aumentando restrições por causa do aumento de casos verificados recentemente na cidade. “Vamos cortar shows e festas de todo o tipo e implantar novamente o distanciamento de mesas, incentivar as pessoas voltarem a usar máscara porque o pessoal foi esquecendo no final do ano. A doença está aí e veio para ficar. Não podemos mais perder vidas por causa disso”, disse Júnior Cocco.
A cidade está com 70%, aproximadamente, de sua população vacinada com a segunda dose da vacina contra a covid-19, mas o prefeito notou uma resistência da população em se vacinar entre a primeira e a terceira dose. “Houve uma resistência, não sei o que aconteceu uns não queriam vir tomar a segunda, outros não queriam tomar a terceira. Tivemos que fazer campanha e implorar para as pessoas se vacinarem”, comenta.
Paranacity não tem hospital, segundo o prefeito o hospital que seria implantado na cidade acabou parado há anos por conta de disputas políticas. O pronto atendimento que há na cidade não conta com UTI, e os pacientes, assim que estabilizados, acabam sendo levados par Colorado, há 20 quilômetros de distância ou para Maringá, distante 70 quilômetros. “A gente tem um pronto-socorro muito bem equipado que estabiliza uma vida, mas essa vida vai percorrer de 20 a 70 quilômetros para uma UTI”, disse o prefeito que tem notado as unidades de saúde mais cheias a prevê que os casos de covid-19 devem aumentar e por isso já pensa em rever a volta às aulas 100% presenciais. “Pessoal pelo amor de Deus se cuidem. Nosso foco é trabalhar para a nossa família, outras coisas deixem para outro momento. Não quero ver em em 2022 o que vi em 2021”, disse Júnior Cocco.
Economia
Para piorar ainda mais a situação, o município já se prepara para uma crise econômica. O orçamento anual de R$ 42 milhões deve sofrer uma grande queda este ano por conta da seca que atinge o sul do país e que vai afetar entre 60% e 70% a produção do agronegócio em Paranacity, cidade cuja base da economia é a cana-de-açúcar, a soja, milho e a mandioca.
Apesar da previsão pessimista a cidade está hoje com as certidões limpas e pronta para receber investimentos do Estado e da União. “Estamos prontos para receber recursos e investir na cidade. O município está estagnado há alguns anos. Temos um bom relacionamento do governador Ratinho Júnior, pois o PSD é base do governo; montamos um vínculo tanto com Curitiba como Brasília. E tivemos resultado. Um projeto de iluminação pública em que a gente quer por led e placas solares. Esse projeto sai em torno de R$ 3 milhões já está tudo certo em Curitiba. O que está tramitando em Brasília é o sonho de uma escola municipal para mil alunos através de uma emenda de R$ 6 milhões”, relatou o prefeito de Paranacity.