Instalação de banheiro multigênero está em pauta também no ABC

Debates são realizados em outras cidades do interior paulista (Foto: Reprodução)

O banheiro multigênero ou banheiro unissex virou tema de debates nos mais diversos legislativos paulistas, principalmente após um vídeo de uma senhora em Bauru, em que reclama do tipo de local. No ABC, tal situação também é assunto em Santo André e São Bernardo, e logo entra na pauta em São Caetano. A Câmara de São Paulo e a Assembleia Legislativa também querem debater projetos que proíbam esse tipo de local, em áreas públicas e privadas.

O vereador de São Caetano, Gilberto Costa (Avante), foi o último a propor a proibição no ABC. Em vídeo divulgado nas redes sociais, o parlamentar afirma que a proposta “é de grande importância para o convívio social dos moradores”. “Não concordo (com o banheiro multigênero), acho que homem tem de frequentar o seu banheiro e a mulher tem que frequentar o seu banheiro, e acabou. O projeto vai de encontro com a família, aos valores e princípios que são corretos”, afirma.

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Em Santo André, a proposta foi assinada pelo vereador Carlos Ferreira (PSB) e foi aprovada pela maioria do Legislativo, porém, segundo o aplicativo da Câmara andreense, a proposta está em uma fase denominada “aguardando resultado do veto”, com a última atualização no último dia 4 de janeiro.

Ferreira, em sua justificativa, nega que a proposta tenha cunho homofóbico, “mas da preservação da intimidade, da segurança e da higiene das crianças, das mulheres e dos iodos, que são muito vulneráveis aos mais variados tipos de violência que podem ocorrer nesses ambientes”.

No caso de São Bernardo, a propositura assinada pelo vereador Julinho Fuzari (DEM) contou com a aprovação da maioria e foi sancionada pelo prefeito Orlando Morando (PSDB), com isso virou a lei 7.040/2022. A proposta visa multa em caso de construção deste tipo de banheiro.

Na Capital, proposta parecida está em tramitação desde o ano passado, com a autoria dos vereadores Rinaldo Digilio (PSL), Marcelo Messias (MDB), Sansão Pereira (Republicanos e da vereadora Sonaira Fernandes (Republicanos). Na Assembleia Legislativa, o projeto é assinado pelo deputado estadual Wellington Moura (Republicanos).

Outro lado

Para o líder da Ong ABCD’s, Marcelo Gil, o debate sobre banheiro multigênero poderia acontecer, porém, acaba ocorrendo com uma geração que na sua visão tem um “pensamento retrógrado” sobre o tema. “Nós temos hoje uma geração que vem com respingos retrógrados, com uma visão totalmente alienada, com uma visão totalmente terraplanista. São pessoas que são conduzidas por questões preconceituosas e esse preconceito gera tentáculos com base na hipocrisia”, diz Gil.

Marcelo aponta que banheiros unissex ou multigênero podem auxiliar pessoas com alguns problemas, por exemplo, um pai que tem uma filha com algum tipo de deficiência e que não pode entrar no banheiro feminino e não pode levá-la ao banheiro masculino para auxiliá-la. Com o banheiro multigênero, o pai poderia dar o auxílio.

Além disso, o militante aponta que esse tipo de banheiro não conta com mictórios, apenas com cabines, o que garante a preservação da intimidade do usuário. “É importante ressaltar que essa questão do mictório já ficou para trás, estão cada vez mais deixando isso de lado”, afirma.

Marcelo considera que caso uma pessoa não esteja confortável em usar o banheiro multigênero, ela pode usar o banheiro referente ao seu gênero, sem problemas.

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