Famílias do Jardim Santo André enfrentam dificuldades para matricular os filhos na Escola Estadual Celestino Bourroul, em Santo André, devido à falta de vagas para o 5º ano na instituição. Segundo os pais, essa é a escola mais perto de casa, mas apesar disso, a Secretaria de Educação do Estado se recusa a fazer a transferência dos estudantes e os mantêm na Escola Estadual Paulo Emílio Salles Gomes, distante e inacessível.
É o caso de Ivanilda Silva dos Santos, que comenta que sua filha, Maria Eduarda, de 9 anos, tem perdido aulas por conta da escola ser distante. “No ano passado nos pediram para escolher uma escola e fazer a matrícula o quanto antes para não perdermos a vaga. Fizemos a matrícula no Celestino por ser mais perto e depois a própria diretora da escola nos disse que não haviam vagas e transferiram automaticamente para o Paulo Emilio. Acontece que a escola é duas horas de distância a pé, não dá para ir”, comenta.
Ivanilda relata que, apesar da distância, a escola não disponibilizou nenhuma ajuda com transporte de Maria para a escola. As aulas foram retomadas presencialmente na última quarta-feira (02/02) e, com a incerteza da filha ir às aulas, a mãe tem tentado solução através do Conselho Tutelar e da Defensoria Pública, mas sem o retorno desejado. “Dizem que não tem vagas e pedem para esperar por uma transferência de algum aluno”, enfatiza.
Vendo a filha com os estudos afetados, Ivanilda ressalta a necessidade da transferência para uma escola mais próxima. “Deveriam ver o endereço e procurarem uma escola mais perto […] antes era assim”, reclama. “Entreguei todos os meus documentos, comprovante de residência… sabem onde moro”, confessa.
Tayna Alvissu De Freitas também tem passado pelo mesmo problema com o filho, Thierry, de 9 anos. “Nos falaram que a Celestino Bourroul só possuía três salas do 5º ano e não tem vagas para o meu filho”, conta. “A Paulo Emilio é uma hora a pé e para ir de ônibus são dois ônibus. A própria escola nos orientou a procurar a Delegacia de Ensino, mas esta disse que não poderia nos ajudar”, afirma.
Thierry tem ficado em casa na maior parte do tempo e, segundo a mãe, seu processo de aprendizagem tem sido prejudicado por conta disso. “E além de tudo isso vem prejudicando minha rotina, porque preciso trabalhar. Não tomaram nenhuma providência. Lá (Celestino Bourroul) tem muitas salas, eles têm condições de fazerem mais salas para o quinto ano, não fazem porque não querem”, salienta.
Procurada a Secretaria de Educação do Estado não se pronunciou até o fechamento da reportagem.