O Alzheimer é o tipo de demência neurodegenerativa mais comum. Estudo realizado por pesquisadores das universidades federais de Pelotas e do Rio de Janeiro, em parceria com a Universidade de Queensland, na Austrália, apontam que, atualmente, mais de 1 milhão de brasileiros sofrem de algum tipo de demência e 70% estão com Alzheimer. Não há cura para a doença, mas é possível adotar práticas que levem à prevenção ou retardo dos sintomas iniciais, como atividades que mantenham corpo e mente ativos.
Exercícios mentais como leitura, jogos de tabuleiro, caça-palavras, atividades manuais, como crochê, tricô e artesanato, entre outras atividades, trabalham o cérebro e o mantém ativo. “Os exercícios físicos também auxiliam na prevenção, movimente o corpo e mantenha uma alimentação balanceada com consumo de azeite, peixe, legumes e frutas”, ensina a neurologista Ana Paula Pena, do Hospital das Clínicas e membro da Academia Brasileira de Neurologia, em entrevista ao RDtv, nesta segunda-feira (14/2).
A interação social também tem papel importante na prevenção, diz a médica. O convívio com outras pessoas, as conversas e trocas de experiências também exercitam a mente do idoso, afirma, ao contar que com a pandemia e o isolamento social houve um aumento significativo nos casos de pré-Alzheimer que evoluíram rapidamente para a doença.
Sintomas
No mundo, cerca de 35,6 milhões de pessoas são diagnosticadas com Alzheimer. A doença, descrita pela primeira vez em 1906, pelo psiquiatra alemão Aloysius Alzheimer, é caracterizada, principalmente, pela perda da memória recente e de outras funções cognitivas, como orientação, atenção e linguagem. “É importante observar os sinais e entender que a doença é progressiva. Inicia com a dificuldade de memorizar acontecimentos recentes, a pessoa pergunta várias vezes a mesma informação e é preciso sempre reforçar os comandos. Somado a outros sintomas como mudanças de comportamento, dificuldade de linguagem, de lembrar palavras, perda de controle motor, entre outros, a orientação é procurar um médico”, indica Pena.
Com o diagnóstico precoce, é possível retardar o avanço e ter mais controle sobre os sintomas e a evolução da doença. Mas o resultado do tratamento varia por paciente. Em alguns, é possível segurar os sintomas por anos, em outros a doença avança em meses. “A ciência ainda conhece pouco sobre a doença, tanto que não há cura, fazemos a prevenção e o tratamento dos sintomas. Ainda não há tratamento comprovado para a doença em si”, diz a neurologista.
Na fase leve, podem ocorrer alterações como perda de memória recente, dificuldade para encontrar palavras, desorientação no tempo e no espaço, dificuldade para tomar decisões, perda de iniciativa e de motivação, sinais de depressão, agressividade, diminuição do interesse por atividades e passatempos. “Assim que detectar os sintomas, o paciente deve procurar o médico de sua confiança, seja médico da família nos postos de saúde, bem como psiquiatra, neurologista, clínico geral”, explica Pena. O tratamento dos sintomas visa garantir a melhora na qualidade de vida dos pacientes.