O movimento Março Lilás é dedicado à prevenção do câncer de colo de útero. Segundo dados do INCA (Instituto Nacional do Câncer), em 2021, foram registrados mais de 16 mil novos casos de mulheres diagnosticadas com a doença, causada pelo HPV (papiloma vírus humano). A doença pode ser prevenida tanto por cuidados como o uso de camisinha como pela imunização de meninas, e principalmente pela realização efetiva dos exames ginecológicos de rotina. A prevenção foi a principal orientação feita pelo ginecologista obstetra, Sérgio Makabe, diretor da área médica da USCS (Universidade de São Caetano, em entrevista ao RDtv.
Makabe explica que a doença é considerada hoje uma infecção sexualmente transmissível. “Para ter câncer de colo de útero, a pessoa precisa ter contato com o HPV, que é eliminado facilmente pelo organismo, mas em uma parcela menor da população, o vírus persiste até chegar ao câncer”, afirma o ginecologista, ao relembrar que em 2020 o INCA registrou mais de 17 mil novos casos da doença. “É o segundo câncer com maior incidência entre as mulheres no nosso País, só perde para o câncer de mama”, aponta.
O câncer de colo pode ser prevenido com a utilização de preservativo, mas são exames de rotina que fazem a diferença. “Ele desenvolve lentamente e nós podemos intervir nessa evolução. Com exame de papanicolau, podemos detectar as alterações iniciais feitas pelo HPV e iniciar o tratamento, antes que se torne um câncer”, explica Makabe. “A prevenção é fundamental e efetiva. Quanto mais precoce o diagnóstico, melhor será a resposta ao tratamento”, afirma.
Quanto aos sintomas, o ginecologista aponta que as alterações se assemelham a de outros quadros como corrimento com sangue, dor no baixo ventre (pé da barriga), sangramento após a relação sexual, odor pronunciado nas secreções vaginais.
Vacina
Uma das formas de prevenção é a vacinação, já disponível para meninas com idades a partir de 9 anos. Existem duas vacinas contra HPV aprovadas e registradas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e que estão comercialmente disponíveis: a vacina quadrivalente, que confere proteção contra HPV 6, 11, 16 e 18; e a vacina bivalente, que confere proteção contra HPV 16 e 18. No SUS, desde 2014, está disponível a vacinação gratuita contra o HPV em meninas de 9 a 13 anos de idade, com a vacina quadrivalente.
Segundo Makabe, a vacina contra HPV confere uma alta imunização às pacientes. “Por conta dessa vacinação, daqui um tempo não teremos mais câncer de colo de útero. Essa é a importância da vacina. Ela pode ser tomada a partir das 9 anos e não há limite de idade”, conclui Makabe.