Moradores do ABC enfrentam problemas para retirada de medicamento no Hospital Estadual Mário Covas e Unidade Básica de Saúde (UBS) Dr. Moysés Fucs, em Santo André. Ao RD, os pacientes denunciam o esvaziamento nos estoques das unidades e a incerteza de quando os remédios estarão disponíveis para retirada.
A enfermeira e moradora de Mauá, Sandy Rocha Anacleto, não conseguiu no Hospital Mário Covas o medicamento Quetiapina 100mg para o filho de sete anos que sofre de esquizofrenia e autismo. Segundo a reclamante, o remédio está em falta há dois meses e quando questionados, os funcionários do Hospital alegam que a compra da medicação ainda não foi feita e que também não há previsão.
O medicamento é de uso contínuo, e Sandra diz que está preocupada com a ausência do tratamento do filho, que está muito agitado e abalado emocionalmente. A mãe foi orientada a enviar um e-mail para acompanhar quando a medicação chegará, mas até o momento não obteve respostas. O remédio custa em torno de R$ 80, valor de difícil acesso para a enfermeira.
Já o morador de Santo André, Antonio Santo Lázaro, precisa dos medicamentos Finasrerida 05mg e Doxazosina 02mg para tratar de problema na próstata. O aposentado relata que na UBS Dr. Moysés Fucs faltou Finasrerida em janeiro, já em fevereiro o Doxazosina e em março nenhum dos medicamentos estavam disponíveis. “Cada mês falta um remédio e agora faltam os dois, sem previsão de reposição. Acontece que sem o remédio tenho dificuldade para urinar”, relata. Os remédios custam em torno de R$ 50 e também são de difícil acesso para o aposentado.
Em nota, a Secretaria de Saúde do Estado informa que a aquisição e distribuição do medicamento Quetiapina 100 mg é de responsabilidade do Ministério da Saúde. Porém, mesmo com cobranças contínuas do Estado, há irregularidades nos envios. “No momento, a Farmácia de Medicamento Especializado (FME) do Hospital Mário Covas encontra-se abastecida e o medicamento está disponível para o paciente D.A”, diz em nota.
A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo segue cobrando o governo Federal para a regularização das entregas. Os pacientes são comunicados pelas farmácias imediatamente após o reabastecimento e, em situações de indisponibilidade, os pacientes são orientados a consultar o médico para verificar eventuais alternativas terapêuticas disponíveis no SUS.
Já a Prefeitura de Santo André informa que devido a falta de insumos (em sua maioria importados), tem ocorrido desabastecimento pontual de alguns medicamentos no mercado como um todo, em virtude da Covid-19. “Todavia, informamos que os medicamentos aos municípes de Santo André são dispensados para 90 dias de uso dos mesmos e que o abastecimento na cidade gira em torno de 90%. Foi uma situação pontual da unidade mencionada, que já está sendo verificada, e a equipe entrará em contato com o munícipe para orientá-lo sobre a retirada das medicações”, diz a administração em nota.