O pré-candidato a deputado estadual pelo Solidariedade e ex-prefeito de Mauá, Atila Jacomussi, disse que é o único dentre os pré-candidatos da cidade que disputam vaga na Assembleia Legislativa, que não é base de sustentação do prefeito Marcelo Oliveira (PT). Jacomussi busca o Legislativo do Estado pela segunda vez, em 2014 ele foi eleito deputado, mas cumpriu um mandato curto, já que dois anos mais tarde seria eleito prefeito. Ele defendeu uma bandeira já histórica na cidade; se eleito ele quer lutar pela estadualização do hospital Dr. Radamés Nardini, além de buscar emendas para a região e equipamentos estaduais como restaurantes populares.
“Sabemos da importância de termos mais representantes e ampliarmos a bancada do ABC. Com isso nós vamos trazer mais investimentos e desenvolvimento para a região. A minha passagem pela Assembleia foi rápida, mas durante aquele curto período participei ativamente das atividades e conseguimos trazer muitas emendas e investimentos para o ABC. Consegui um assento na Comissão de Assuntos Metropolitanos que era uma das comissões mais importantes, lutamos para que a gente pudesse alcançar bandeiras que nós entendíamos de extrema necessidade, como na saúde pública com a chegada do credenciamento em Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra para a Carreta da Mamografia; lutamos pelo programa de qualificação profissional, com a chegada do Via Rápida para o ABC; a negociação da implantação dos pólos da Univesp, para que o trabalhador e o filho dele tivessem curso universitário e uma grande conquista que foi a chegada do Poupatempo em Mauá, mas que é regional atendendo Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande”, relatou o ex-prefeito sobre sua trajetória como deputado durante a entrevista ao jornalista Leandro Amaral, no RDTv desta sexta-feira (06/05).
Mauá
Perguntado sobre o peso de Mauá em sua futura campanha para deputado estadual, Jacomussi disse que tem grande responsabilidade para representar a sua cidade natal. “Em primeiro lugar Mauá é o coração do Atila, sou filho de Mauá e isso me traz uma responsabilidade por que o último deputado eleito no eixo de Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra foi o Atila e é maior responsabilidade porque hoje não só Mauá necessita ter um deputado estadual, como o ABC todo”, diz o pré-candidato.
Jacomussi diz que a cidade avançou pouco desde a sua saída do Paço e que o município precisa de muitos serviços que o Estado oferece e que serão bandeiras defendidas, caso seja eleito. “Temos algumas bandeiras necessárias como, por exemplo, a chegada do IML (Instituto Médico Legal), uma grande batalha que ainda não foi vencida; a implantação da Delegacia de Defesa da Mulher com funcionamento 24 horas; a implantação de uma sala de exame de corpo de delito ao lado do IML e trazer para uma seccional para Mauá, o que traz mais segurança. Outra coisa é a implantação do Detecta – sistema de câmeras inteligentes que identificam as placas dos veículos e cruzam as informações com o cadastro da polícia – , uma base do Baep (Batalhão de Ações Especiais de Polícia) para Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra e novos cursos na Univesp”.
Nardini
O pré-candidato avalia a necessidade de mais restaurantes populares para a região. “Tem que ter a implantação do restaurante Bom Prato em toda a região pois estamos vivendo uma grande crise econômica. Aqui em Mauá precisamos ter um Jardim Zaíra, outro no Itapark, um no Parque das Américas e outro no eixo do Barão, Feital e Itapeva porque vivemos uma grande crise financeira. A grande pauta do país é a fila do osso, o desemprego e a fome”, diz o político do Solidariedade.
Outra pauta de Atila Jacomussi é estadualizar o Nardini. “Hoje gastamos mais de R$ 10 milhões e o governo do Estado R$ 1 milhão e nós atendemos também Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra e parte das pessoas acidentadas no Rodoanel e na Zona Leste. Estive com o governador Rodrigo Garcia (PSDB) e ele se comprometeu a pactuar os recursos de R$ 1 milhão para R$ 3 milhões e só isso não é suficiente, o importante é estadualizar o Nardini o que desafogaria o Mário Covas, em Santo André, como o IML desafogaria a Fundação, que tem o IML regional”, aponta.
Um dos temas importantes que o pré-candidato destacou foi o transporte público e aproveitou para alfinetar seu sucessor no paço de Mauá e rival político, Marcelo Oliveira (PT). “Eu deixei tudo pronto para a construção do novo terminal de ônibus interligado com a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e até agora o atual prefeito não coloca isso em prática, não sei o que acontece, se é ciúme, descaso ou incompetência, mas eu quero ser deputado para implantar a integração trem e ônibus aqui, porque o atual prefeito colocou o maior valor de Vale Transporte do Estado, R$ 6, e ninguém contrata pessoas de Mauá com esse vale transporte, tem que trazer integração”, critica. O pré-candidato também disse que se eleito vai fazer a Sabesp implementar o programa Água Legal para a regularização de ligações em bairros carentes.
Oposição
Atila fará dobrada com a deputada federal Ely Santos (Republicanos) e dobradas regionais como com Fernando Dias, de Ribeirão Pires, Lair Moura (Avante) entre outros. “Estamos procurando fazer dobradas com identidade para que as pessoas se comprometam a, através do nosso mandato se for vitorioso, fortalecer a pauta desses pré-candidatos. Temos discussões com o Paulinho da Força (deputado federal Paulo Pereira da Silva) que é o nosso presidente nacional e com o pré-candidato a deputado federal, o Ricardo Yoshio, de Diadema”.
Enquanto Jacomussi costura os apoios políticos, outra figura da política mauaense que também vai disputar cadeira na Assembleia Legislativa e pela mesma sigla, é o vereador Vanderlei Cavalcante da Silva, o Neycar. Mas ao comentar o assunto Jacomussi revelou um racha no partido. “O eleitor vai escolher o melhor candidato porque a cidade vive um dos piores momentos. Eu posso garantir o seguinte; eu sou o único candidato a deputado estadual de oposição ao atual governo, se pegar todos os candidatos a estadual, eles estão ligados ao atual prefeito Marcelo Oliveira, mesmo não sendo do PT, eles fazem parte da base do governo. Sou o único que não faz parte da base e que não concorda com o aumento da tarifa de ônibus, que não concorda com o aumento do IPTU, com o aumento da taxa de esgoto, com o aumento da Taxa de Iluminação Pública e que não concorda com esse abandono da Saúde Pública do município, que tem uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) onde a farmácia fica fechada depois das 18hs. Se você não está contente, não vai votar em quem faz a base do governo, que tem um discurso para fora, mas lá dentro faz tudo que o governo quer. Eles são candidatos do PT, eu sou candidato do povo de Mauá”.
Governo
Atila Jacomussi rebateu fala do pré-candidato a deputado estadual Rômulo Fernandes (PT), candidato apoiado pelo prefeito Marcelo Oliveira. O petista disse que quer repetir nesta eleição o feito do pleito de 2020 quando o PT derrotou o então prefeito. “Eu não encaro como uma disputa pessoal. Está muito distante para ficar relembrando o resultado das eleições, eleição é o momento, estamos disputando candidatura para que a cidade tenha representação tanto na Câmara Federal como na Assembleia Legislativa, não estou rivalizando. O Rômulo representa o governo Marcelo Oliveira que até os petistas não aprovam. Ele não é o candidato do PT, ele é o candidato do Marcelo Oliveira. Os outros candidatos que estão saindo hoje fazem base do governo. É uma polarização dos candidatos do Marcelo Oliveira contra o Atila Jacomussi”.
O pré-candidato e ex-prefeito disse que, se for eleito em 2022 e o cenário político for favorável em 2024, quando acontecem novas eleições municipais, ele consideraria voltar a comandar a cidade, repetindo o que aconteceu em 2016 quando deixou a cadeira de deputado para ser prefeito. “Coloco meu destino nas mãos de Deus, eu não penso em derrota. 2024 a gente trata em 2024. Mesmo sendo deputado estadual se o povo me chamar estarei a disposição”, conclui.